Barcelona e Inter Milão protagonizaram um dos melhores jogos desta edição da Liga dos Campeões. Os dois conjuntos empataram a três bolas na Catalunha, esta noite, na 1.ª mão das meias-finais da liga milionária. Fica tudo adiado para o segundo encontro, na próxima terça-feira, no Giuzzeppe Meazza.
Ainda havia gente à procura do seu lugar no Estadio Olimpico Lluis Companys, em Montjuic, arredores de Barcelona, e já havia sinais de preocupação estampados nos seus rostos. Isto porque o Inter marcou no segundo ataque, sem que o Barcelona pudesse tocar na bola: ataque à profundidade do francês que meteu de pronto em Dumfries para centrar, Koundé afastou a bola que foi ter novamente com o lateral neerlandês. Desta vez o centro de Dumfries encontrou o desvio de calcanhar de Marcus Thuram para um golaço, aos 33 segundos. Iñigo Martinez escorregou e não conseguiu cortar o centro de Dumfries. O pai, Liliam Thuram, que jogou duas épocas no Barcelona, gostava do que via desde as bancadas.
O Inter, que vinha de três derrotas seguidas, uma delas na meia-final a Taça de Itália diante do AC Milan de Sérgio Conceição, tinha encontrado uma das formas de bater a linha defensiva muito subida dos de Hansi Flick.
A versatilidade, mobilidade e qualidade individual eram as armas do Barcelona para derrubar o 3-5-2 montado pelo técnico Simone Inzaghi. A equipa blaugrana chegava ao encontro com a moral em alta, após conquistar a Taça de Espanha no prolongamento, diante do arquirrival Real Madrid.
Muito da esperança culé estava em Lamine Yamal, no dia em que completou os 100 jogos com a camisola principal do Barcelona. Bom recordar que tem apenas 17 anos. Sim, 17 anos. Dos pés do adolescente chegaram os primeiros sinais de perigo, como os passes para Ferran Torres aos quatro, cinco e 12 minutos. No último, o avançado espanhol rematou mal, na área.
Ferrán, conhecido como El Tiburón [o tubarão], teimava em não ‘morder’ face às oportunidades. Aos 19, na sequência de um lance de bola parada, matou no peito e disparou torto, para fora, com Yan Sommer batido.
Respondeu o Inter com o… 2-0. Na sequência de um canto de Dimarco, Acerbi desviou de cabeça para Dumfries rematar, de forma acrobática, para um golaço, aos 21 minutos.
Soavam os alarmes na Catalunha, mas Lamine Yamal tratou de acalmar toda a gente, três minutos depois: pegou na bola na direita, passou por Dimarco e Mikhitaryan com muita facilidade e disparou colocado, para um golaço. Yam Sommer ficou a ver. Inspirado, Yamal tentou repetir a dose, no minuto seguinte: sentou Dimarco, rematou contra as luvas de Sommer, que desviou para a barra. Isto depois de ter assustado os culés no aquecimento, quando sentiu dores musculares e teve de ser assistido.
A pressão catalã era enorme, deixando o Inter sem capacidade para sair a jogar. Yan Sommer teria de se aplicar para evitar o golo de Yamal aos 34 e de Dani Olmo aos 36.
Mas a pressão dos blaugrana seria transformada em golo aos 36 minutos, finalmente, por Ferrán Torres. Passe de qualidade superior de Pedri para o segundo poste onde Raphinha subiu para amortecer com a cabeça para pequena área para El Tiburón encostar para o 2-2, aos 36 minutos.
Antes do intervalo, duas contrariedades nas duas equipas: Koundé, com problemas musculares, deu o seu lugar a Eric Garcia, Lautaro também saiu pelos mesmos motivos, entrando Taremi (ex-FC Porto) nos nerazzurri.
Na segunda parte foi o Inter quem entrou novamente melhor, mas desta vez sem reação do Barcelona. Já com Carlos Augusto no posto de Acerbi, o Inter estava a conseguir sair pelos seus alas, com o Barcelona a ter dificuldades para travar os contra-ataques. Aos 62 Dumfries pediu penálti em lance com Ronaldo Araújo (entrou ao intervalo no lugar de Gerard Martin, passando Iñigo Martinez para lateral esquerda), e, na sequência do lance, bisou: canto ao segundo poste e o neerlandês a desviar de cabeça para o 3-2.
Só que, tal como quando fez o 2-0, a festa dos italianos foi de pouca dura porque: aos 65, num canto estudado, Olmo meteu a entrada da área para um remate de primeira de Raphinha, Yan Sommer desviou para a barra, a bola bateu-lhe nas costas e entrou. Uma grande defesa transformada em golo e… 3-3 no marcador.
O que quer que Simone Inzaghi tenha dito aos seus jogadores, estava a resultar: o Inter conseguia sair com mais facilidade e o Barcelona não encontrava formas de parar as saídas. Aosd 78, os italianos festejaram o 4-3, numa bola de Dumfries ao segundo poste, finalizada por Mikhitaryan após hesitação de Szczesny, mas o golo foi anulado pelo VAR por fora de jogo.
Respondeu o Barcelona, quase sempre por Lamine Yamal. Aos 85 minutos, o prodígio extremo tentou centrar, a bola bateu na barra, com Sommer já batido. Seria um golaço, mesmo que sem querer.