Análise Estoril 1-2 Benfica: Águia cumpre antes da mãe de todas as batalhas no dérbi da Luz

Vencer era o único resultado que interessava e o Benfica cumpriu no sábado, com mais ou menos dificuldade, perante um Estoril que cresceu muito na última meia hora do segundo tempo.

Os Encarnados ganharam por 2-1 e vão para a 33.ª e penúltima ronda da Primeira Liga com hipótese de festejar o título na Luz diante do Sporting. A equipa de Bruno Lage está em crescendo, como mostram as 12 vitórias nos últimos 13 jogos na I Liga.

FOTOS: O Estoril-Benfica EM IMAGENS

O Jogo: três pontos assegurados com nervosismo

Se a lógica prevalecer (se é que existe lógica no futebol) mais logo à noite em Alvalade, o Sporting irá fazer valer o seu favoritismo e vencer o Gil Vicente, deixando a decisão do título para a próxima jornada na Luz. O Benfica já fez a sua parte, num triunfo suado diante do Estoril, pelo que a 33.ª jornada poderá dar à Luz a um… campeão: o Sporting, se vencer o Benfica, os Encarnados, se derrotarem os Leões por dois golos ou mais diferença.

Perante este cenário, difícil não olhar para o dérbi como o jogo do campeonato, a mãe de todas as 34 batalhas para Águias e Leões.

Para se colocar na posição em que se encontra – líder isolado, embora que à condição (78 pontos), com três pontos mais que o Sporting que entra em campo apenas neste domingo -, o Benfica teve de dar ‘à sola’, perante um Estoril que cresceu muito no segundo tempo.

Bruno Lage identificou o lado mais frágil da defensiva ‘amarela’ – o direito – e por lá criou as primeiras duas oportunidades de golo. Dois duelos entre Aursnes e Robles, uma vitória para cada e… o Benfica na frente logo aos sete minutos.

Defensivamente sólido, impiedoso nas marcações, principalmente pela dupla de centrais (Otamendi e António Silva) e com as pernas de Florentino a chegarem aos quatro cantos do relvado para interceptar tudo o que era bola, o Benfica manteve o Estoril longe da sua área.

Depois, aproveitou o laboratório do Seixal para descansar um pouco mais, quando Otamendi, com 1,83 metros, chegou com a cabeça onde Joel Robles, de 1,97 metros, não chegou com as mãos, num livre de Dahl, o Carreras da noite, aos 35 minutos. 18.º golo de bola parada do Benfica na I Liga, excluindo grandes penalidades. São 18 golos na sequência de cantos e livres. Impressionante!

Quando Trubin defendeu a grande penalidade de Begraoui, aos 66 minutos, Ian Cathro sentiu que, mesmo assim, podia tirar algo do jogo. Lançou lá para dentro Alejandro Marqués, Rafik Guitane (já tinha entrado Tiago Brito) e os Canarinhos cresceram ‘bico’ no ataque à uma ‘Águia’ que dava sinais de intranquilidade no seu voo rumo ao título.

Encurralado no seu último terço, a defender a vantagem com unhas e dentes, mesmo com quase todos na sua área o Benfica não conseguiu travar o cabeceamento certeiro de Zanocelo, aos 78, já depois de Marqués ter perdido um golo cantado. Nas bancadas, repletas na sua quase totalidade de adeptos Encarnados, unhas eram ruídas. No banco dos da Luz, o nervosismo era real.

O sofrimento durou uns longínquos 20 minutos, os 12 que faltavam mais os oito de desconto dado pelo árbitro João Gonçalves, mas terminou com a Águia a pousar na liderança e a declarar o dérbi do próximo sábado como o jogo do campeonato.

Que venha esse escaldante dérbi!

Momento-chave: Zanocelo deixou-os amarelos

O primeiro sinal de intranquilidade do Benfica aconteceu quando Otamendi fez um mau passe e depois, ao tentar corrigir, fez penálti que Begraoui desperdiçou. Mas quando Zanocelo subiu mais alto que todos e reduziu, de cabeça, um centro de Guitane, o Benfica sabia que tinha de reunir as tropas e defender a vantagem com tudo o que tinha. Foi o que fez, com muito nervosismo à mistura, embora tenha conseguido sair  para o ataque nalgumas ocasiões com perigo.

Os Melhores: Capitão diz presente

A grande penalidade cometida sobre Begraoui não apaga a grande exibição de Otamendi. Liderou as tropas nos momentos mais complicados, foi lá à frente fazer o seu sétimo golo da época, um recorde pessoal (tinha feito seis no Valência em 2014/15). Num um-para-um, só perdeu dois dos nove duelos que disputou e pelo ar, ninguém o bateu: quatro duelos ganhos.

Em noite ‘não’: Canarinhos esperavam mais de Begraoui

Yanis Begraoui foi a aposta de Ian Cathro para a frente de ataque, ao lado de André Lacximicant, com João Carvalho muitas vezes recuado para construir jogo. O marroquino perdeu quase todos os duelos com os centrais do Benfica e quando teve a melhor oportunidade para marcar, falhou: ganhou a grande penalidade mas, na conversão, mostrou pouca convicção, com um remate denunciado e sem intensidade, facilmente travado por Trubin.

Reações:

Ian Cathro: “Benfica? Não se esqueçam da qualidade dos jogadores do Estoril”

Lage diz que dérbi com Sporting “agora é decisivo”. Otamendi pede “calma” e “mesma mentalidade” diante dos Leões

Veja o resumo do Estoril-Benfica

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