O leilão em curso dos terrenos que acolhem os campos de treino do Boavista justifica-se por dívidas antigas relacionadas com a construção do Estádio do Bessa, explicou o presidente do clube, Rui Garrido Pereira.
Em entrevista à agência Lusa, o dirigente revelou que o processo envolve credores como a empresa BTL, que exigiu a abertura do leilão para avançar com negociações.
Os terrenos abrangem 22,5 mil metros quadrados, incluindo um parque de estacionamento subterrâneo e vários equipamentos desportivos, e estão a ser licitados até 8 de julho, com um valor base de 2,9 milhões de euros e uma fasquia mínima de 4,9 milhões para a venda total.
Rui Garrido Pereira admitiu ter ficado surpreendido com a complexidade da dívida herdada, que considerou “monstruosa”, e criticou a falta de retorno financeiro do futebol profissional desde a criação da SAD.
Empossado no início do ano, o presidente sublinhou o esforço para recuperar a imagem e a viabilidade do clube, reforçando a importância do entendimento entre o Boavista e a SAD, especialmente numa fase em que as modalidades do clube enfrentam dificuldades financeiras e estruturais.
Apesar do cenário desafiante, Garrido Pereira destacou a abertura da direção para negociar individualmente com cada modalidade, visando garantir sustentabilidade.
Sobre o futsal, que recentemente cessou funções, o presidente garantiu ter nomeado novo diretor e prometeu garantir patrocínios para a temporada 2025/26. Também no futebol de formação, estão a ser delineados projetos para aumentar a capacidade de treino, incluindo parcerias locais e a criação de um conselho científico para orientar o desenvolvimento das camadas jovens.
Por fim, Rui Garrido Pereira reiterou que a atual direção não pretende aumentar a dívida do Boavista e está empenhada em evitar a insolvência, com medidas que incluem uma campanha de recuperação de sócios e a convocação iminente de Assembleia Geral para aprovação das contas dos últimos anos.