Luís Vieira e António Palavra vencem mítica Loire 725 e recordam dificuldades da prova, mas dizem que no final “tudo correu incrivelmente bem”

Luís Vieira e António Palavra venceram, em K2, mítica Loire 725, a segunda maior ultramaratona de canoagem do mundo, no passado domingo. Os dois atletas tornaram-se os primeiros portugueses a saírem vencedores nesta prova, que conta com 725 quilómetros, em autonomia parcial, ao longo das seis etapas.

António Palavra, que representa o Clube de Canoagem de Ovar, não escondeu a satisfação pela conquista e lembrou toda a preparação que foi feita para a prova.

“Sabíamos que estávamos razoavelmente bem preparados, apesar de alguns contratempos ao longo desta época. A experiência e o treino acumulado no Yukon1000, a escolha cuidada do barco, o facto de já termos feito esta mesma prova em 2022, e os treinos específicos para uma competição por etapas deram-nos confiança para abordar esta edição de forma mais agressiva desde o início”, começou por dizer em exclusivo à Sportinforma.

Depois de ter admitido que a primeira etapa foi uma “agradável surpresa”, António Palavra admitiu que os terceiro e quarto dias foram exigentes. Em virtude disso, a estratégia mudou e passou a ser mais “conservadora”.

“O objetivo era simples: não estragar o que já tínhamos construído. Não virar o barco, não partir uma pagaia nem danificar o casco. Optámos por uma estratégia mais conservadora, com linhas de navegação seguras”, referiu.

António Palavra, de 52 anos, afirmou também se que só se sentiram vencedores quando partilharam uma pizza com a restante equipa. “Foi aí que conseguimos relaxar e saborear o momento.”

Luís Vieira fez uma análise às quase 59 horas de prova e, para além de ter valorizado a primeira etapa, não escondeu as dificuldades sentidas no terceiro dia.

“Tivemos no nosso terceiro dia o mais complicado, com muita exigência de leitura de rio, muitos baixios e bancos de areia e para ajudar vento de frente. Foi para nós a etapa mais dura. Mas acabou por ser para todos e mais uma vez acabámos por ganhar tempo. Aí começámos a acreditar que podia ser possível ganhar esta competição. No quarto dia, estávamos decididos a dar tudo para ganhar mais algum tempo que nos garantisse uma vantagem mais confortável”, afirmou.

O atleta que enverga as cores do Sporting Clube de Aveiro fez questão de dizer que tudo correu “incrivelmente bem” e realçou o trabalho de toda a equipa.

“Mas grande parte deste sucesso deve-se á nossa equipa de apoio terra. Estiveram irrepreensíveis. Desde a preparação das refeições de madrugada ao apoio físico e logístico no final de cada etapa. Dormem ainda menos que nós de forma a termos tudo preparado quando chegamos no final de cada dia.”

É de recordar que, para além da dupla Luís Vieira e António Palavra, também o português Daniel Silva esteve em destaque ao terminar na segunda posição da geral. O canoísta do Clube de Canoagem de Ovar tornou-se o primeiro luso a terminar a Loire 725 em K1. Também em K1, Paulo Pissarro foi 10.º na geral.

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