Chuva de golos termina com empate e o FC Porto está fora do Mundial de Clubes

O FC Porto despediu-se esta terça-feira do Campeonato do Mundo de Clubes com um empate a quatro golos contra o Al Ahly, em jogo realizado em Nova Jérsia.

Os dragões até tiveram ajuda do Inter Miami no outro jogo, mas foram incapazes de cumprir com a sua parte. Os comandados de Martín Anselmi nunca tiveram controlo da partida, correndo sempre atrás do resultado.

E se em termos ofensivos, os azuis e brancos até mostraram bons momentos, principalmente através de William Gomes e Rodrigo Mora, na retaguarda as falhas foram muitas, impedindo o FC Porto de sonhar com o apuramento.

Três jogos, um empate e duas derrotas, eis o trajeto portista no Campeonato do Mundo de Clubes.

Muitos erros e desidratação

Para esta partida, Martín Anselmi fez três alterações, em comparação com a equipa que iniciou os outros dois encontros da fase de grupos. Eustáquio, William Gomes e Namaso entraram para os lugares de Martim Fernandes, Gabri Veiga e Samu.

Para além das mudanças no onze, Anselmi mudou também o sistema, mudando do seu habitual 3-4-3 para um 4-4-2, com Eustáquio no meio-campo e Rodrigo Mora a fazer dupla no ataque com Namaso.

A iniciativa de jogo nos primeiros minutos pertenceu inteiramente ao Al Ahly, muito empurrado pelos seus adeptos, em clara maioria. O FC Porto começou mais retraído, tentando sair em transição; mas a verdade é que os dragões simplesmente não conseguiam ter bola, foi preciso esperar 12 minutos até ver um ataque junto da área egípcia.

E mais dois minutos e Rodrigo Mora teve nos pés a primeira oportunidade de golo, falhando o remate após passe de João Mário.

Não marcou o Porto, marcou o Al Ahly; perda de bola em momento de construção, Fathy a acelerar e a servir Abou Ali que, já dentro da área, rematou cruzado para o primeiro da partida à passagem dos 15 minutos.

Apesar do golo sofrido, os portistas tentaram responder de pronto, sempre através de William Gomes; aos 19 o brasileiro ainda fez a bola raspar na barra com um remate de fora da área, e no minuto seguinte tentou novamente, agora dentro da área, para defesa de El-Shenawy.

Mas o golo acabou mesmo por chegar para os dragões; combinação no ataque, e Namaso a servir Rodrigo Mora, que tirou três adversários do caminho, guarda-redes incluído, para empatar a partida com um grande golo.

A pausa para hidratação não foi benéfica para o FC Porto, uma vez que o Al Ahly voltou mais ligado, sempre muito vertical e de olhos na baliza.

Aos 39 minutos, Trézéguet obrigou Cláudio Ramos a uma boa mancha, e nos dois minutos seguintes, Zizou assustou por duas vezes: primeiro com um remate em arco a sair ao lado, e depois com um remate forte para defesa atenta de Cláudio Ramos.

Apesar de ser pela esquerda que o Al Ahly criava a grande maioria dos seus ataques, foi do lado contrário que nasceu o 2-1. Aos 48 minutos, Abou Ali cruza na direita para a zona frontal, onde surge Zizo, que acabou derrubado por Fábio Vieira; grande penalidade que Abou-Ali não desperdiçou, levando os egípcios para o intervalo em vantagem.

Arranque louco rumo ao caos

A perder ao intervalo, Anselmi lançou Samu e Gonçalo Borges para a segunda parte, substituindo Namaso e Alan Varela.

Os dragões entraram mais agressivos na segunda parte em busca de um golo do empate que chegou logo aos cinco minutos; recuperação em zona defensiva e Gonçalo Borges a mudar o flanco para William Gomes, que veio para o meio e fez um golaço em arco.

Mas a alegria foi de pouca dura, uma vez que, na jogada seguinte, um cruzamento na direita de Hany encontrou Abou-Ali que, de cabeça, recolocou o Al Ahly em vantagem.

Num início de segunda parte verdadeiramente louco, os azuis e brancos responderam na mesma moeda; dois minutos após o 3-2, um canto na direita batido por Fábio Vieira permitiu a Samu fazer o empate de cabeça, três golos no espaço de três minutos.

Depois de um arranque de jogo elétrico, a partida baixou de intensidade, muito devido às alterações da equipa egípcia, que conseguiu conter o ímpeto portista.

Para além de segurar o ataque azul e branco, o Al Ahly continuava a explorar as debilidades defensivas da equipa portuguesa e conseguiu recolocar-se em vantagem; jogada pela esquerda e Ben Romdhane a vir para o meio e a fazer um grande golo, sem hipóteses para Cláudio Ramos.

Anselmi fez entrar Gabri Veiga e Pepê e o FC Porto balanceou-se drasticamente para o ataque. Tal postura permitiu ao Al Ahly ter muito espaço para o contra-ataque; aos 73 minutos Marcano salvou perto da linha o quinto golo dos egípcios.

No outro jogo, o Inter Miami ia ajudando, aumentando a vantagem contra o Palmeiras, mas o FC Porto já jogava por instinto, sem inspiração ou capacidade de reação. Enquanto isso, o Al Ahly ia colecionando oportunidades flagrantes de golo, não concretizadas por mera desinspiração, ou por intervenção de Marcano.

Mesmo mergulhado em plena anarquia, o FC Porto conseguiu evitar a derrota aos 89 minutos; Pepê ganhou espaço em zona frontal e fez o 4-4 à entrada da área.

Tal derrota não surgiu muito graças a Cláudio Ramos que, já em período de compensação, evitou o 5-4 com uma defesa milagrosa.

Com este resultado, o FC Porto termina no terceiro lugar do grupo com os mesmos dois pontos que o Al Ahly. Para os oitavos de final seguem Palmeiras e Inter Miami.

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