Bruno Lage antevê duelo contra Chelsea: “Sabemos que é difícil, mas não é impossível”

Bruno Lage, treinador do Benfica, fez a antevisão ao jogo frente ao Chelsea nos oitavos de final do Mundial de Clubes, agendado para as 21 horas deste sábado. O técnico das águias garantiu que a equipa está empenhada em seguir em frente na competição e abordou o percurso dos encarnados nos EUA.

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O que espera do jogo: “A equipa está com enorme ambição de seguir em frente na prova. Sabemos que é difícil, mas não é impossível. É um jogo e temos o conhecimento profundo da forma como o Chelsea joga. Sinto que preparámos o jogo muito bem. Amanhã é colocarmos em campo todas as nossas forças, a nossa qualidade, porque sinto a equipa motivada e com enorme ambição.”

Renovações de Tomás Araújo e António Silva: “Acredito que sim, neste momento nada aponta o contrário. O importante hoje é falar do Nico e é com enorme prazer que falo sobre ele. Quase me recordo quais eram as questões sobre ele há nove meses e hoje fico grato porque finalmente se concretizou a vontade de toda a gente: do clube, do capitão, e eu também fico muito contente.”

Prestianni menos vertical: “Sim… Está nos nossos planos. Tenho dito ao longo do tempo que tenho um plano para toda a gente e, em particular, para os jogadores jovens, fazê-los evoluir. Ele sabe muito bem que trabalhámos para que o seu jogo defensivo se aproximasse da sua qualidade ofensiva. No último jogo partiu de um posicionamento para ligar o jogo, fazer movimentos verticais, colocar o seu talento ao serviço da equipa. Mas, quando não temos bola, tem de ser mais um a trabalhar. E fiquei muito satisfeito com os 45 minutos que fez, ajudou a equipa a vencer. Agora cabe-lhe aproveitar todos os momentos, consolidando também a sua evolução. Que não seja a espaços, mas sim cada vez que for chamado.”

Plano para Renato Sanches: “Quando falo em plano, é olharmos para o jogador e perceber, em termos individuais, como pode crescer. Ajudá-lo em termos técnicos, táticos e físicos. Tenho esse cuidado. E isso é transversal independentemente da idade. Quando falamos com o Di María e o provocamos para perceber o que ainda pode fazer melhor… Às vezes é o jogador que nos diz aquilo que acha que ainda tem para evoluir. Temos esse plano para cada jogador. Renato? Importante foi o que fez no último jogo, o que está a fazer neste Mundial. Deu-nos a garantia de ter qualidade na posição, construções mais prolongadas. Conseguir virar o jogo. É assim que nasce o primeiro golo e é isso que quero nos meus médios. Está num bom momento, fez um bom jogo e vamos concentrar-nos no Mundial. Todas as decisões serão para o momento em que as comunicarmos. Hoje já comunicámos uma, em breve comunicaremos outras mais.”

O que espera do Di María: “Algumas pessoas disseram que marcámos o nosso golo numa transição ofensiva. Mas não foi assim que aconteceu. Começámos a construir nos defesas, fomos da esquerda para a direita e marcámos um grande golo. O Di María não é só transições. É a qualidade que traz para nós no momento ofensivo, mas também, e provou isso uma vez mais, que sem bola é um jogador de equipa. E fez um jogo fantástico contra o Bayern Munique. Ofensivamente e defensivamente.”

Quanto mais longe da competição, mas compromete a época: “Claro que penso. Já está mais do que pensado. Independentemente de onde chegarmos, tenho que dar dias de férias a estes rapazes. O trabalho que fizeram ao longo da época… Alguns deles precisam disso. Eventualmente precisamos todos, até porque esta competição é dura. É a primeira vez que estamos a vivê-la. Já estamos há 21 dias juntos, com as mesmas rotinas. É duro fisicamente e mentalmente. Temos de fazer obrigatoriamente um desligar, quer fisicamente, quer mentalmente. Vai ser um desafio tremendo. No mínimo, os jogadores vão precisar de 10 a 14 dias de férias, e se o planeamento for esse vamos ter sensivelmente 17 a 18 dias para preparar a Supertaça. Penso que vai ser jogada numa quinta-feira e vamos ter esses dias apenas. Vai ser um desafio tremendo preparar a equipa para poder competir os 90 minutos contra um adversário que, neste momento, parte em vantagem. E, repito, acredito que somos a única equipa europeia nestas condições de ter de fazer as pré-eliminatórias da Champions. E isso também dá que pensar naquilo que as equipas portuguesas têm feito. Quando olhamos para outros países, com 3.º, 4.º e 5.º classificado a entrar diretamente na Liga dos Campeões, e o nosso 2.º tem de fazer pré-eliminatórias… Se calhar é uma forma de nos unirmos cada vez mais para tentarmos ser mais fortes, competitivos e entrar nestas competições que nos permitem ganhar dinheiro para contratarmos melhores jogadores e sermos mais fortes. Só assim podemos competir com equipas deste nível.”
Pediu reforços a Rui Costa: “A conversa foi realmente nesse sentido. Tínhamos acabado de contratar o reforço e estava a ser informado do Nico, que tinha finalizado toda a situação e que hoje de manhã ia ser anunciado. É nesse sentido que estamos a trabalhar, para que a equipa seja mais competitiva.”
Aursnes volta a ser opção no meio-campo?: “Essa é a questão que não vou responder… Mas vou abordar isso, é algo muito interessante. O Fredrik é realmente um jogador fantástico e está a fazer uma temporada muito boa. É um dos jogadores que merece um descanso prolongado pela forma como se entrega. É um líder por tudo o que faz em campo. Mas em termos de posicionamento, defende como lateral e ataca como um médio. Coloca-se ao lado dos médios. E esse também foi um fator que contribuiu para a nossa capacidade de ter bola contra o Bayern. E depois, a maneira como se entende com o Di María. O desenho do golo é muito bom porque é a interpretação coletiva da nossa estratégia e, depois, individual de cada um dos jogadores e do Fredrik, que percebeu o timing de cruzar.”
Mundial de Clubes serve de afirmação do Benfica e Bruno Lage?: “Todos os momentos, em particular pelo Benfica, são de prestigiar a equipa. A minha posição? Sei o meu valor, não é por ganhar mais ou menos jogos que vou ser melhor ou pior treinador. Sei do trabalho que faço, o objetivo é fazer a equipa evoluir. Claro que, para fora, os resultados positivos são diferentes, mas o mais importante é termos consciência do nosso valor. Claro que, para o clube, o Benfica não é grande por vitórias morais mas sim pelas grandes conquistas que fez. É aproveitar ao máximo neste momento.”
Vitória do Flamengo contra Chelsea mostrou caminho para vencer blues: “Analisámos muitos jogos do Chelsea, até na Liga Europa… E, claro, também o do Flamengo. É importante para perceber como a equipa se comporta nas condições climatéricas em que estão. Isso muda ligeiramente a intensidade do jogo. Foi visto nessa perspetiva.”
Evolução do Enzo: “Não trabalhei com o Enzo. Veio para o Benfica, fez meses fantásticos e depois saiu para o Chelsea. O Chelsea é uma equipa muito forte. Um treinador de topo. Para mim, é especial jogar contra o Pedro Neto. Um dos melhores extremos do mundo, nunca se sabe para onde vai… É uma equipa muito boa, mas eles também sabem que o Benfica é uma excelente equipa.”
João Félix: “Falamos do João Félix desde que saiu do Benfica. É um jogador especial para o Benfica, para mim, mas agora está de férias talvez noutra parte do mundo. O foco está nos meus jogadores, nos que vão jogar contra o Chelsea. Percebo a outra pergunta, mas os meus jogadores dão-me razões para acreditar que será 50/50…”.
Evolução tática de Enzo Maresca: “Em Portugal somos mais criticados do que ele em Inglaterra, certamente… Teve a oportunidade de trabalhar num grande clube e é importante darem-lhe o tempo que teve para construir uma boa equipa. Ganhou uma competição internacional. Para conquistar a Premier League, é preciso tempo. Fez uma boa primeira temporada no Chelsea e certamente conseguirá melhorar a equipa daqui para a frente”.

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