‘Borrego’ por ‘matar’, ‘quartos’ lá longe. O Benfica foi afastado o Mundial de Clubes pelo Chelsea nos oitavos de final, num encontro onde sofreu três golos em nove minutos, na 2.ª parte do prolongamento, quando jogava com menos um desde o início do tempo extra.
Os dois ‘frangos’ de Trubin e a expulsão de Prestianni deitaram tudo a perder, num jogo que esteve mais de duas horas interrompido: começou no sábado e acabou no domingo. O Benfica parecia ter ganho nova vida após o retomar da partida nas primeiras horas de domingo, mas a expulsão de Prestianni estragaram os planos dos ‘encarnados’.
O Benfica despede-se deste renovado Mundial de Clubes com duas vitórias, um empate e uma derrota, dez golos marcados e seis sofridos. A formação lisboeta tentava vencer os ‘blues’ pela primeira vez, mas acabaram por averbar a quarta derrota em outros tantos jogos.
Ao falhar os quartos de final, os ‘encarnados’ viram fugir um prémio de 12,150 milhões de euros (ME). Assim, ficam com os 26,126 ME que já tinham já embolsados: 14,6 ME pela presença, 3,7 ME pelos dois triunfos, 926.000 pelo empate e 6,9 ME pela qualificação para os oitavos de final.
Os comandados de Enzo Maresca vão defrontar o Palmeiras, treinado pelo português Abel Ferreira, nos quartos de final. O Verdão eliminou o Botafogo, de Renato Paiva, num duelo 100 por cento brasileiro.
A Figura: Trubin
No melhor pano caiu a nódoa. Anatoliy Trubin estava a fazer um grande Mundial e era um dos melhores do Benfica, até este jogo. O guardião ucraniano esteve muito mal em dois dos quatro golos que sofreu. Até tinha começado bem o jogo, a confirmar a boa forma que mostrou diante do Bayern Munique onde foi o melhor em campo, na vitória por 1-o, num encontro onde fez grandes defesas.
Antes dos golos, foi mantendo o Benfica em jogo, com defesas importantes, a mostrar reflexo, posicionamento e sentido de baliza. Aos 20 minutos aplicou-se num remate sem ângulo de Cole Palmer, aos 38, mostrou reflexos e rapidez a sair para encurtar o ângulo de Cucurella, antes de defender o remate do espanhol. E no tempo extra evitou um golo de Cole Palmer.
Depois viu todo este trabalho ir por ‘água abaixo’ quando tentou adivinhar as intenções de Reece James no livre direto que deu o 1-0 e ficou mal na fotografia. E voltou a errar no 2-1 de Nkunuku, ao deixar o passe de Malo Gusto passar-lhe por baixo do corpo.
Outros destaques: António Silva ‘secou’ Delap, Di Maria deixou Aursnes a sofrer
Grande exibição de António Silva! O jovem central ficou encarregue de marcar o possante Liam Delap e ganhou quase todos os duelos. Mesmo quando parecia que já estava batido, o central português conseguia recuperar e ficar com a bola. Aos 20 minutos, agigantou-se na linha de golo para cortar com a cabeça um golo ‘cantado’ de Cucurella.
Angel Di Maria despede-se do Benfica de forma agridoce. Antes do jogo ser interrompido, deixou a desejar, principalmente a nível defensivo. A jogar no lado direito, com Aursnes, o argentino raramente ganhou nos duelos com Cucurella. Defensivamente, deixou de acompanhar o lateral esquerdo do Chelsea em vários lances, deixando-o Aursnes muito exposto, já que tinha de lidar com o espanhol e ainda com Cole Palmer. Quando o jogo foi retomado, duas horas depois, parecia ter ganho nova vida: empatou aos 90+5, de grande penalidade, levou o Benfica para a frente, mesmo com menos um, mas depois errou no lance que dá o 3-1 ao Chelsea.
Di Maria despede-se do Benfica com uma exibição onde começou mal e terminou em crescendo. Termina como melhor marcador do Benfica (e, neste momento, do Mundial) com quatro golos, todos de penálti. Vai agora, ao que tudo indica, acabar a carreira no seu Club Atlético Newell’s Old Boys, da Argentina.
Prestianni entrou aos 70 minutos, rendendo Florentino Luís, com a tarefa de levar o Benfica para a frente, na busca do empate. Mas fez tudo ao contrário. Perdeu demasiadas bolas porque era facilmente desarmado pelos jogadores do Chelsea. Viu o amarelo no tempo extra do jogo e logo no início do prolongamento viu outro, numa altura em que o Benfica tinha acabado de empatar, animicamente, estava por cima do jogo e tudo para a reviravolta. Com mais um e depois do cansaço físico e mental, o Benfica sofreu três golos. Correu-lhe tudo mal.