O futebolista João Cancelo foi uma das muitas vozes do desporto português que reagiram com profunda consternação à trágica morte de Diogo Jota, internacional português de 28 anos, e do irmão, André Silva, de 25, vítimas de um acidente de viação ocorrido esta madrugada na A52, em Cernadilla, na região de Zamora, Espanha.
Numa mensagem comovente publicada nas redes sociais, o lateral do Al Hilal lamentou a perda irreparável e apelou à valorização da vida e dos laços que se têm.
“Hoje, não apenas acordamos sem dois jogadores de futebol. Hoje três filhos acordaram sem o pai. Hoje uma mãe e um pai acordaram sem os dois filhos. Hoje uma esposa (recentemente casaram) acordou sem o marido ao lado. Hoje acordamos todos em choque”, escreveu Cancelo, evidenciando a dimensão humana da tragédia. O jogador recordou também a fragilidade da vida, sublinhando que “o dia de amanhã” nunca é garantido.
A dor de João Cancelo é também pessoal. Em 2013, o internacional português perdeu a mãe num acidente de viação, do qual saiu com ferimentos ligeiros. A experiência trágica que viveu na juventude deu-lhe, segundo o próprio já confessou, uma nova perspetiva sobre a vida, que agora se reflete na forma como sentiu a morte de Diogo Jota, com quem partilhou o balneário da seleção portuguesa durante anos.
Outros colegas de seleção juntaram-se às homenagens. Bruno Fernandes, médio do Manchester United, recordou Jota como “amigo, colega e companheiro de mil batalhas”.
“É difícil entender como é possível que alguém possa partir tão cedo. Que tu e o teu irmão encontrem a paz que necessitam para olhar pelos vossos que vos perderam tão cedo e repentinamente. As minhas condolências a toda a vossa família”, expressou o capitão da seleção.
Vitinha, jogador do Paris Saint-Germain, não escondeu a incredulidade: “Ainda não acredito. Toda a força possível para a família. Obrigado por tudo, André e Jota”, escreveu o médio, que recentemente conquistou a Liga das Nações ao lado de Diogo Jota, em junho deste ano.
Diogo Jota representava o Liverpool desde 2020, clube onde conquistou uma Liga inglesa, uma Taça de Inglaterra e duas Taças da Liga. Antes, brilhou ao serviço do Wolverhampton e teve ainda passagens pelo FC Porto, Paços de Ferreira e Gondomar, clube onde começou a sua formação. Com a camisola das ‘quinas’, somou 49 internacionalizações e marcou 14 golos, sendo parte ativa na conquista de duas edições da Liga das Nações.
O irmão, André Silva, cumpria a segunda temporada ao serviço do Penafiel, na II Liga, após um percurso discreto mas dedicado no futebol nacional, com passagens pelos escalões de formação do FC Porto, Padroense, Famalicão, Paços de Ferreira e Boavista.