A final do Mundial de Clubes serviu para lembrar que esta equipa do PSG também vacila e perde o rumo. No fundo, se muitos consideravam que os campeões europeus tinham uma mão no título, o Chelsea chegou para estragar a festa e dizer ‘presente’.
Ninguém estava à espera que os ‘blues’ fossem capazes de travar e dominar, de forma absoluta, o poderio parisiense, vencendo por 3-0 e sagrando-se o novo campeão do Mundo.
O Chelsea tornou-se dono da bola desde o apito inicial e não mais a largou. Pela primeira vez, Enzo Maresca orquestrou esta equipa de um forma irrepreensível, num patamar completamente diferente, quando comparado com o que havia feito na Premier League ou na Liga Conferência.
A formação inglesa serviu o jogo num prato frio, com uma superioridade tática impressionante e uma capacidade de anular todas as virtudes do adversário. Pela primeira vez esta temporada, o PSG mostrou mais fragilidades do que forças, algo que só o Chelsea conseguiu demonstrar.
A Figura: Cole Palmer ou será Cold Palmer?
Cole Palmer conseguiu gelar os adversários e não foi devido ao seu festejo. O avançado foi o mais influente durante os 90 minutos e surgiu como a peça perfeita na estratégia bem oleada por Enzo Maresca. Se muito se falou sobre uma quase ausência de Cole Palmer durante 2024/25, nas finais o inglês apareceu sempre.
Taticamente, Palmer foi essencial no meio-campo por ter sido uma espécie de quarto médio dos ‘blues’, que resultou numa superioridade numérica capaz de anular o trio do PSG (João Neves, Vitinha e Fabián Ruiz). Em virtude desse quadrado, o tão habitualmente temível meio-campo de Paris não teve espaço para criar, manter a bola, e foram vários os quilómetros feitos atrás do esférico.
Contudo, a influência foi muito além isso com dois golos de pura classe e uma assistência criteriosa para o terceiro golo, que selou o resultado avultado.
O primeiro golo surgiu aos 22 minutos, na sequência de uma jogada iniciada no lado direito por Malo Gusto que deixou Nuno Mendes para trás. Depois de ver o seu remate travado, o lateral deixou para Palmer à entrada da área. O avançado parou a bola, endireitou e rematou rasteiro com uma frieza que lhe é característica.
O segundo tento apareceu poucos minutos depois e quase pareceu uma repetição do primeiro. Da direita para dentro, o arco e a intenção estavam lá, bem como um remate colocado para o canto esquerdo da baliza.
Como se o bis não bastasse, Palmer encontrou João Pedro a romper na área e assistiu para o tento, à beira do intervalo, cheio de classe do brasileiro.
Outros destaques: Muralha azul no meio-campo e incapacidade parisiense
Moisés Caicedo foi uma das fortalezas dos ‘blues’, principalmente, durante o primeiro tempo, tendo sido incansável na recuperação de bolas, nos duelos e na condução para o ataques, criando espaços para que os homens da frente dessem a machadada final. Para além de Caicedo, destaque para Malo Gusto que se mostrou ao mais alto nível, tendo conseguido a proza de anular Nuno Mendes. Também o guarda-redes Robert Sánchez fez uma das exibições da sua carreira.
Em contrapartida, a falta de reação e de soluções foi o problema mais gritante para o PSG, algo que se verificou a partir do momento em que sofreu o 1-0. A formação parisiense foi surpreendida pela forte pressão e agressividade do Chelsea desde o primeiro segundo de jogo. Rapidamente se encostou atrás e não foi capaz de ter bola. O campeão europeu ficou sem rumo e não foi capaz de vir à tona à procura de alguma boia, deixando-se ficar abananado com uma autêntica marionete dos ingleses.