Ricardo Quaresma voltou a abrir o coração e a partilhar episódios marcantes da sua carreira, desta vez numa entrevista ao podcast Geração 80. Entre memórias e reflexões, o antigo internacional português revelou que, em 2004, esteve muito perto de regressar ao Sporting — mas o clube da sua formação “fechou-lhe a porta”, o que acabou por o conduzir ao FC Porto, onde viria a viver uma das fases mais brilhantes do seu percurso.
“Estive para ir para o Valência, para o Atlético Madrid, mas meti na cabeça que queria voltar a casa e ao Sporting”, confessou Quaresma, que se transferira para o Barcelona em 2003, aos 19 anos, depois de uma ascensão meteórica em Alvalade.
No entanto, o tempo de jogo escasso na Catalunha deixou-o insatisfeito e determinado a mudar de ares: “Ninguém do Barcelona me mandou embora. Fui eu que pedi para sair, queria jogar mais.”
Apesar da vontade firme de regressar ao Sporting, a resposta dos leões deixou-o desiludido: “Fiquei magoado com o Sporting, que era a minha casa, o único clube que conhecia. Cresci ali, mas fecharam-me a porta. Quiseram contratar outros jogadores e eu fiquei para trás.”
Quaresma admite que estava até disposto a abdicar de parte do salário, mas o clube leonino optou por seguir outro caminho.
Foi nesse contexto que surgiu a mudança para o FC Porto, integrada no negócio que levou Deco ao Barcelona. “Depois, percebi que o FC Porto é diferente. Muitos sportinguistas ficam magoados com isto, mas a verdade é que foi o Sporting que não me quis. Acabou por se confirmar que ir para o FC Porto foi a melhor escolha que podia ter feito”, frisou o antigo extremo.
Durante a conversa, Quaresma também refletiu sobre a experiência no Barcelona, que considera ter sido “um passo demasiado grande” para alguém tão jovem. “Cheguei ao Barcelona a fazer 19 anos, a entrar num balneário com Xavi, Puyol, Ronaldinho, Luis Enrique… Achei que estava ao nível deles, mas não estava. Devia ter esperado, como fez o Iniesta”, admitiu.
Com a frontalidade que lhe é reconhecida, Ricardo Quaresma voltou a mostrar que a sua história no futebol foi feita de talento, emoção… e algumas decisões difíceis.