Francesco Farioli vive um arranque positivo no FC Porto, mas não esquece a experiência recente no Ajax, onde perdeu um título que parecia ganho. Em entrevista ao Corriere della Sera, o treinador italiano confessou que a queda na Eredivisie ainda hoje lhe pesa na memória.
“No início de abril, o meu Ajax liderava com nove pontos de vantagem sobre o PSV. Parecia feito. O telefone não parava de tocar, tinha hipóteses da Premier League, Serie A… até da Arábia Saudita. Um mês depois, o colapso no campeonato tirou o meu número das agendas”, recordou.
Farioli apontou vários fatores para explicar a quebra: “Posso citar oito postes em dois jogos, golos sofridos no final e outras circunstâncias incríveis. A este nível não se pode falar só de azar. Houve também cansaço e a arrogância típica de um clube dominante como o Ajax.”
Sobre a mudança para o Dragão, explicou que o interesse surgiu cedo: “O FC Porto recolheu informações em janeiro e o Mundial de Clubes convenceu-os. O facto de o presidente ser um ex-treinador foi decisivo. André Villas-Boas não me perguntou nada sobre o final da época, fui eu que trouxe o tema. Disse-me apenas que já tinha visto o suficiente, nem precisou de vídeos.”
Agora, o técnico garante que quer um desfecho diferente: “Gostaria de mudar o final. Começámos bem, como aconteceu em Nice e Amesterdão. Sou rápido a integrar-me, trago entusiasmo, crio laços com os jogadores mais experientes. No Ajax acrescentei espírito de equipa a um futebol posicional quase religioso. Aqui, a cultura é carnal: sacrifício, ‘carrinhos’, público em chamas. Estou a acrescentar algumas jogadas codificadas para tornar o espetáculo mais arejado.”