André Villas-Boas e os primeiros tempos difíceis no FC Porto: “Algumas das operações que fizemos salvaram o clube e mantiveram-no como clube de sócios”

Num evento durante o Mundial de Clubes, em junho, agora disponibilizado pela Columbia Business School e transito esta sexta-feira pelo jornal O JOGO, André Villas-Boas, presidente, e Michele Montesi, Chief Strategy Officer dos dragões, falaram sobre o panorama que encontraram à chegada à liderança do clube azul e branco.

André Villas-Boas sublinha que algumas das medidas tiveram de ser tomadas para salvar o futuro imediato do clube e falou ainda da ideia que tem de propor que o número de mandatos de um presidente dos dragões seja limitado, de forma a que ninguém esteja no comando do clube mais do que 12 anos.

“Foi um período muito sensível no clube. Senti que era tempo de impulsionarmos o clube, que estava num estado de ruína financeira. Senti que era tempo de modernizar o clube, levá-lo a outro nível e continuar a expansão internacional, ganhando títulos claro, com uma equipa competitiva”, começa por dizer o líder máximo dos azuis e brancos.

“O FC Porto não é campeão nacional há três anos e estamos ainda a apanhar as peças, a tentar construir uma equipa mais forte para a nova época. Finalmente temos as condições financeiras para investir no mercado, porque conseguimos resolver a maior parte dos problemas financeiros. Algumas das operações que fizemos salvaram o clube e mantiveram-no como clube de sócios. Caso contrário, provavelmente teria sido vendido a um fundo de investimento ou a um fundo privado”, lembra.

“Tinha uma espécie de sensação de destino de ser presidente do clube da minha cidade, o FC Porto. Decidi ir a eleições contra um presidente fantástico, Pinto da Costa. Esteve lá por 41 anos e eu ganhei as eleições. Muita responsabilidade, mas estamos a tentar levar o clube em frente, não só em termos desportivos, mas também a nível financeiro, estrutural e operacional. Esperamos dar os passos certos para termos ainda mais sucesso nos próximos anos”, prossegue.

“Somos um clube de sócios, que elegem o presidente de quatro em quatro anos. Não temos limite de mandatos, para que isso acontecesse teríamos de levar o tema a Assembleia Geral e mudar os estatutos do clube. É algo que queremos fazer para definir um limite de três mandatos, ou seja, uma presidência de 12 anos. É um desafio que temos e, para que aconteça, tem de ser aprovado em AG. Alterar os estatutos do clube é sempre algo sensível”, reconhece ainda André Villas-Boass.

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