O Manchester United deu um passe gigante rumo à final da Liga Europa, ao vencer esta noite o Athletic Bilbao por 3-0 no San Mamés, na 1.ª mão das meias-finais da prova. A equipa de Ruben Amorim contou com a inspiração de Bruno Fernandes e alguma sorte para derrotar os bascos, num jogo onde atuaram 55 minutos com mais um jogador.
Empurrado pelo frenético público basco, o Athletic encheu o San Mamés para um dos jogos do ano para o clube basco, num ano em que a final da Liga Europa se vai realizar neste palco. A equipa de Ernesto Valverde tomou conta do jogo, empurrando o Manchester United para perto da sua área.
A forte pressão dos bascos deixava os ingleses sem capacidade para responder. A equipa recuperava cedo a bola, criava oportunidades, mas faltava o essencial: colocar a bola no fundo das redes.
Onana teve de voar para evitar o 1-0, aos sete minutos, num tiro de longe de Berenguer. Aos 11, um centro de Berenguer encontrou a cabeça de Iñaki Williams, mas o desvio do extremo saiu por cima. Estava sozinho. Aos 17, Casemiro teve de esticar para evitar um lance de golo dos bascos, após perda de bola comprometedora de Lindeloff; o central sueco redimiu-se e evitou, em cima da linha, um golo cantado de Berenguer, aos 19.
Já depois de o VAR anular um golo de Garnacho, aos cinco minutos, por fora de jogo, numa das poucas saídas da equipa, a equipa de Ruben Amorim começou a crescer no jogo e, contra a corrente do jogo, marcou. Uma bola parada mal batida por Bruno Fernandes fez a bola chegar a Garnacho que serviu Maguire na esquerda. O central vestiu a pele de criativo, deu dois nós num adversário e centrou para um pequeno desvio de Ugarte para Casemiro cabecear para o fundo das redes, ao segundo poste.
O Athletic Bilbao falhava, o Manchester United marcava.
O desespero dos bascos cresceu ainda mais, aos 35, quando Vivian puxou o ombro de Hojlund na área, antes de o nórdico atacar um centro de Mazraoui. Foi o VAR italiano Aleandro Di Paolo quem chamou o árbitro norueguês Espen Eskas para rever a jogada. O juiz mudou a sua decisão, marcou grande penalidade e mostrou vermelho direto a Vivian, já que o central espanhol fez falta sem tentar jogar a bola. Bruno Fernandes não tremeu, como sempre, e converteu, com classe, o castigo máximo.
2-0 era muito penalizador para aquilo que se via em campo. E o o que dizer de um 3-0, aos 45 minutos?. Com os bascos perdidos em campo, com menos um e emocionalmente descontrolados, Ugarte assistiu Bruno Fernandes de calcanhar, o português isolou-se e fez a picadinha sobre Agirrezabala, fazendo o 3-0. Nas bancadas o desalento basco era visível.
Ernesteo Valverde tinha acabado de remendar a sua defesa, com as saídas de Álex Berenguer e De Marcos para as entradas de Aitor Paredes e Andoni Gorosabel.
Aos 45+4, um canto de Bruno Fernandes foi afastado para a entrada da área onde apareceu Mazraoui a disparar à barra. Um 4-0 seria demasiado penalizador para a equipa espanhola.
No segundo tempo o Manchester United abrandou o ritmo, foi gerindo o jogo, sem forçar muito, perante um Athletic que sempre tentou marcar. Aos 57 minutos, o estádio todo e toda a equipa do Bilbao ficou a pedir vermelho para Maguire, num lance com Sanadi. O árbitro auxiliar fez sinal ao árbitro que não era falta e o jogo prosseguiu. Espen Eskas parou o jogo para ouvir o VAR, que nada viu. O lance acabou com amarelo para Unai Simón no banco dos bascos.
Depois, em dois minutos, duas ameaças de golo do Manchester United: aos 63 minutos, o guardião Agirrezabala teve de sacudir com dificuldades um remate de longe de Casemiro; na sequência do canto, aos 64, Bruno Fernandes assistiu Casemiro para um cabeceamento ao poste.
De resto, até ao final, apenas o guarda-redes Agirrezabala evitou males maiores. Deu para Ruben Amorim lançar Amad Dialo, no regresso do jogador à competição, após longa ausência por lesão.
Na próxima quinta-feira, o Manchester United poderá carimbar a passagem à final em casa, quando receber o Athletic no Old Trafford. Os bascos precisam de um milagre para virar este 3-0.