Basquetebolista morto pelas tropas de Israel em Gaza quando procurava comida e medicamentos para a filha

O palestiniano Mohammed Shaalan, ex-basquetebolista de 39 anos, morreu na passada terça-feira, após um ataque das forças de Israel perto da cidade de Khan Yunis, onde tentava obter medicamentos para filha Maryam, que está doente, e comida para o resto da família.

De acordo com o jornal ‘Middle East Eye’, Maryam sofria de insuficiência renal e de uma grave infeção sanguínea. Shaalan tentava obter ajuda para que a filha pudesse receber tratamento médico adequado.

Conhecido como ‘Al-Zilzal’ [O Terramoto], Shaalan era uma figura popular no desporto palestiniano. Jogou em equipas locais como o Khadamat Al-Bureij, o Khadamat Al-Maghazi e o Khadamat Khan Younis, além de ter representado a seleção nacional da Palestina.

É a segunda figura desportiva palestiniana que morre nos últimos dias após bombardeamentos de Israel. Ainda neste mês de agosto, Suleiman al-Obeid, ex-jogador da seleção da Palestina, conhecido como ‘o Pelé palestiniano’, morreu perto de Khan Yunis, abatido pelas tropas israelitas, quando procurava comida para a sua família. Suleiman al-Obeid era considerado o melhor futebolista da história da Palestina.

Natural de Gaza, Obeid, somou 24 internacionalizações pela seleção da Palestina. Era casado e pai de cinco filhos. A sua morte foi muito criticada, principalmente pela reação das autoridades internacionais. A UEFA assinalou o seu desaparecimento físico, sem mencionar as circunstâncias da sua morte. Mohamed Salah, estrela do Liverpool, reagiu a publicação do organismo, questionando-o: “Podem dizer-nos como morreu, onde e porquê?”, perguntou Salah à homenagem da UEFA.

De acordo com os dados das autoridades palestinianas, desde o início do conflito, 670 atletas palestinianos já foram mortos pelas forças israelitas. Desde o final de maio, pelo menos 1.857 palestinianos foram mortos por ataques israelitas enquanto procuravam comida, de acordo com a ONU.

A ofensiva israelita já provocou a morte de, pelo menos, 62.122 palestinianos, a maioria civis, de acordo com números do ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

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