Bruno Lage revitalizou o laboratório do Seixal e deixou a concorrência a ver: 35% dos golos do Benfica foram de bolas paradas

As bolas paradas assumiram importância crucial na prestação do Benfica na I Liga 2024/25. Os Encarnados fizeram do 5.º momento de jogo como lhe chamou Jorge Jesus (os outros são defesa, ataque, transição defensiva, transição ofensiva), uma arma poderosa para bater os adversários, principalmente após a chegada de Bruno Lage.

Foram 29 golos de bola parada na I Liga em 2024/25, 12 deles na sequência de cantos.

Marcos Leonardo abriu as hostilidades e… partiu

Nas primeiras quatro rondas da prova, ainda com Roger Schmidt ao comando, o Benfica tinha marcado cinco golos, quatro deles de bola corrida. O primeiro e único tento de bola para dos Encarnados marcou a despedida do técnico: empate, aos 90+7 minutos diante do Moreirense, numa grande penalidade convertida por Marcos Leonardo, que viria a sair logo de seguida para o Al Hilal, da Arábia Saudita.

A entrada de Bruno Lage mudou por completo a equipa, tanto na forma de defender como também de atacar. 29 dos 84 golos do Benfica na prova nasceram após situações de bola parada, 28 deles com Bruno Lage ao leme, com grande destaque para os cantos.

Se tirarmos as grandes penalidades, são 18 golos após cantos ou livres indiretos. Para se ter uma ideia do peso destes golos esta temporada, o Benfica tinha marcado oito (02 de livre indireto e seis de canto) de bola parada (exceptuando as grandes penalidades) em 2023/24. Na época 2021/22 tinha feito quatro e na época anterior, em 2020/21, seis golos após cantos ou livres indiretos.

Cantos renderam 12 golos. Ninguém marcou tanto como o Benfica, de cabeça

A formação encarnada foi a única equipa que chegou às dezenas de golos após cantos, mais precisamente 12, muito por culpa da classe de Di Maria e Kokçu a bater e da capacidade de atacar a bola dos centrais, principalmente ao segundo poste. Otamendi destacou-se nesse capítulo, com seis golos, cinco deles de cabeça, depois de António Silva ter aberto as hostilidades num cabeceamento certeiro na goleada ao Santa Clara, na 5.ª ronda.

SC Braga e Vitória SC, com oito cada, foram o os emblemas que mais se aproximaram do Benfica.

O domínio aéreo explica assim os 14 golos apontados de cabeça pelos encarnados, (18% do total dos golos), números que nenhuma outra equipa ostenta. O FC Porto, com 11, foi quem mais se aproximou, a seguir ao SC Braga com 10. O Sporting, que bateu os Encarnados na reta final para ficar com título, só fez seis.

Os 12 golos após cantos e livres foram importantes, tal como as grandes penalidades, embora insuficientes para chegar ao título. O Benfica converteu 11 dos 12 que teve a favor. O único não marcado foi desperdiçado por Arthur Cabral na vitória por 3-2 diante do Estrela da Amadora, na 20.ª jornada da prova. Aqui dominou o Sporting, que converteu as 13 grandes penalidades que dispôs na I Liga.

Outro domínio Encarnado na I Liga 2024/25 foram os golos na sequência de livres indiretos. Só o Vitória de Guimarães marcou tanto como o Benfica – seis golos – , em situações onde sobressaíram Angel Di Maria, Kokçu e Carreras na marcação para a área.

Curiosamente, o Benfica foi uma das equipas que não fez qualquer golo de livre direto na edição 2024/25 da I Liga, à semelhança de FC Porto, Moreirense, Casa Pia, Gil Vicente, Nacional, AFS, Farense e Boavista.

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