O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu arquivar o processo disciplinar instaurado ao agente João Carlos Paula, no âmbito de uma alegada tentativa de aliciamento ao guarda-redes Cássio antes de um jogo entre o Rio Ave e o Benfica, na temporada 2016/17.
A decisão, tomada por unanimidade na passada sexta-feira, conclui que não há elementos suficientes para sustentar uma acusação por corrupção ou coação de jogador. Segundo o acórdão, o telefonema entre o agente e o então guarda-redes do Rio Ave ocorreu três dias antes da partida da 32.ª jornada da I Liga – que o Benfica venceu por 1-0 –, mas não incluiu qualquer pedido, proposta ou oferta concreta.
“Além do depoimento do jogador Cássio Anjos sobre o telefonema (…) nada mais existe que possa suportar uma acusação”, pode ler-se no documento que sustenta o arquivamento.
Durante o processo foi ainda ouvido Marcelo Santos Ferreira, atual jogador do Moreirense e também ex-atleta do Rio Ave, que recordou uma abordagem feita por outro empresário, César Boaventura, na época anterior. Este terá sugerido que cometesse um penálti num jogo contra os ‘encarnados’, mas Marcelo afirmou ter encarado a proposta como uma brincadeira.
Refira-se que César Boaventura foi condenado, em fevereiro deste ano, a três anos e quatro meses de prisão (pena suspensa), por três crimes de corrupção ativa. O Tribunal de Matosinhos deu como provado que Boaventura tentou aliciar Cássio, Marcelo e Lionn para facilitarem frente ao Benfica, na época 2015/16, mediante ofertas financeiras e contratuais.