Diogo Salvi: O único português na categoria principal do Rali de Portugal

O piloto Diogo Salvi é o único piloto português a disputar o Rali de Portugal, cuja 58.ª edição se realiza entre quinta-feira e domingo, na categoria principal, a WRC, algo que já não acontecia desde 2012.

Na altura, Armindo Araújo, aos comandos de um Mini, fechou a ronda portuguesa do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) na 15.ª posição.

Diogo Salvi, de 55 anos, é um empresário português na área das tecnologias da informação, apaixonado pelos ralis, que disputa desde 2016. Depois de mais de uma dezena de participações na etapa portuguesa do Campeonato do Mundo, decidiu este ano avançar para um Ford Puma da categoria Rally 1.

“A expectativa é apenas divertir-me. Foi um presente que dei a mim mesmo, guiar um f1 dos ralis. Já estive a testar o carro, é uma coisa fora deste mundo”, disse, em declarações à agência Lusa.

Esta será a primeira vez com um WRC. “Os carros têm preços proibitivos. A FIA [federação Internacional do Automóvel] está a tentar baixar os custos destes carros e tentar alinhar uma estratégia com as marcas”, frisou.

Filho de um antigo piloto de ralis, admite que chegou “tarde a esta modalidade, quando tinha 40 anos”. “Comecei com a idade com que muitos terminam. O meu pai, por exemplo, terminou a carreira aos 40 anos”, apontou.

Desde um violento acidente sofrido no asfalto da Marinha Grande, numa prova do campeonato português, Salvi, que em Portugal fará dupla com o navegador espanhol Axel Coronado, participa apenas em eventos de pisos de terra.

“Face à pouca potência de motor que [estes carros] têm, em provas de asfalto os WRC2 têm que ser conduzidos sempre no limite. Já na terra são quase carros para velhos, com uma condução muito mais amigável”, destaca.

Depois de já ter experimentado o Ford preparado pela equipa britânica M-Sport, verificou que “não tem nada a ver” com os carros a que está habituado.

“A única semelhança é que têm quatro pneus. Um [WRC2] tem 280 cavalos enquanto o outro tem 450. As suspensões têm um curso completamente diferente. Este carro é muito mais exigente, têm de se antecipar todas as situações”, explica.

Diogo Salvi sublinha que o rali “não é um desporto de velocidade mas é um desporto extremamente rápido, muitas vezes em zonas estreitas”. “Em provas com pisos de terra o volante está sempre a mexer. Não é um desporto veloz mas é rápido. E, neste caso, a rapidez quase duplica”, explica.

Por isso, parte sem grandes expectativas quanto a um resultado.

“Não sendo piloto, faria melhores tempos com o carro que estou habituado a guiar todos os dias do que com um carro que é um ‘F1’ e que requer habituação. Não sou piloto, sou apaixonado pelos ralis”, concluiu.

Já na categoria WRC2 do Rali de Portugal está inserido o pelotão nacional, com destaque para o líder do Campeonato, o norte-irlandês Kris Meeke (Toyota Yaris).

Meeke venceu as três provas já disputadas, em Fafe, Algarve e Amarante, liderando com 81 pontos, mais 15 do que o espanhol Dani Sordo (Hyundai i20), outra das estrelas mundialistas a correr em Portugal.

Armindo Araújo (Skoda Fabia) surge na terceira posição, com 53 pontos e a ambição de ser o melhor piloto português no final da prova.

Nota ainda para a presença do antigo campeão nacional Ricardo Teodósio (Toyota Yaris), José Pedro Fontes (Citroën C3), Pedro Meireles (Skoda Fabia), Gonçalo Henriques (Hyundai i20) ou Pedro Meireles (Skoda Fabia).

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