O Europeu feminino chegou ao fim e com ele vieram novos recordes, mas a mesma vencedora: Inglaterra. As ‘lionesses’ sagram-se bicampeãs europeias, após terem batido a seleção espanhola no desempate por grandes penalidades.
Esta edição voltou a demonstrar que o futebol jogado por mulheres faz parte do presente e os números são reveladores disso mesmo.
Antes do derradeiro jogo já se faziam previsões de que os registos de audiência seriam os mais elevados no que ao futebol feminino diz respeito. Tal confirmou-se depois de o St. Jakob-Park, em Basileia, ter tido lotação esgotada, culminando num total de 657 291 espectadores ao longo do torneio.
Este é só mais um dos muitos recordes que foram atingidos neste Europeu, que terminou com um belo jogo que coroou a seleção que mais soube sofrer.
Menos vistosas, mas brilharam nos momentos certos
A seleção inglesa não começou o seu percurso de forma tranquila, com a única derrota sofrida, e foi parecendo pouco categórica nas vitórias que conseguiu dali para a frente. Nem sempre jogaram um bom futebol, mas resistiram sempre, mesmo quando parecia que era o último suspiro.
O mesmo aconteceu na final frente às espanholas, que detém uma qualidade individual extraordinária e um ADN próprio que delicia quem vê. Contudo, a ‘la roja’ ainda não teve a sorte de ter alguém na liderança capaz de honrar as jogadoras de luxo que compõe a seleção.
É o caso de Montse Tomé, discípula de Jorge Vilda, que tem muitas lacunas táticas e uma falta de conhecimento de soluções táticas e decisões capazes de confirmar a derrota. Exemplo disso foi a saída de Alexia Putellas aos 70 minutos, que alterou a dinâmica da formação espanhola, mas para pior.
Em contrapartida, Sarina Wiegman é dona de um excelente conhecimento do futebol que permitiu que usasse as armas que tinha da melhor forma possível.
Por essa razão, Inglaterra tornou-se na primeira seleção a vencer um grande torneio fora do seu país. Para além disso, a técnica Wiegman reforçou o seu estatuto na modalidade, após ter vencido três finais consecutivas (Holanda (2017) e Inglaterra (2022 e 2025).
Qualidade? Há de sobra
Os prémios individuais nem sempre são consensuais, mas há alguns são mais do que outros.
Aitana Bonmatí foi eleita a melhor jogadora do Europeu e a sua influência na seleção espanhola é indiscutível. A média do Barcelona é dona de uma magia e criatividade acima do comum e é o motor do meio-campo da ‘la roja’.
Para além da jogadora do Barcelona, há outros nomes em Espanha que também se fizeram destacar como é o caso de Patri Guijarro ou Alexia Putellas. Também Esther González inscreveu o seu nome nesta edição como a artilheira do torneio, tendo conquistado a Bota de Ouro com quatro golos marcados.
No lado das vencedoras, Chloe Kelly mantém-se como a substituta de ouro que não vacila nos momentos em que precisa de ser gigante, bem como Lucy Bronze que mostrou que a resiliência por vezes é a melhor arma. Voltou a ser ela a concluir o remate que deu a glória às ‘lionesses’. Também Alessia Russo, Hannah Hampton (melhor guarda-redes do torneio) ou Michelle Agyemang (melhor jogador jovem) deram nas vistas.
Fora as finalistas, jogadoras como Delphine Cascarino (França), Frida Maanum (Noruega), Johanna Rytting Kaneryd (Suécia) ou Jule Brand (Alemanha).
Alguns dos recordes desta edição
Mais golos marcados numa fase final: Esta foi a edição mais goleadora com um total de 104 golos marcados.
Mais jogadoras na mesma seleção marcaram: Inglaterra teve um total de 11 jogadoras a marcarem – Keira Walsh, Lauren James, Georgia Stanway, Ella Toone, Lauren Hemp, Alessia Russo, Beth Mead, Aggie Beever-Jones, Lucy Bronze, Michelle Agyemang e Chloe Kelly.
Mais golos numa fase de grupos: Se em 2022 foram marcados 78 golos, este ano foram assinalados 89.
Mais golos num grupo: O Grupo D (Inglaterra, França, Países Baixos e País de Gales) terminaram a fase de grupos com um registo de 29 golos. A seleção Espanhola igualou o recorde de Inglaterra com um total de 14 golos marcados por uma seleção.