Farioli e o futuro: “Não tenho pressa. Quero escolher cuidadosamente o meu próximo passo”

No dia seguinte a ter terminado o seu contrato com o Ajax, Francesco Farioli concedeu uma entrevista ao portal ‘Cronache di Spogliatoio’.

Nesta conversa, o transalpino, que é apontado ao FC Porto, afirma que não tem pressa para escolher o seu próximo clube, descrevendo também as condições que considera ideais para trabalhar.

Futuro: “O que espero é permanecer aberto e curioso como tenho sido até agora. Quero encontrar um contexto disposto a trabalhar com os mesmos princípios e a mesma intensidade que sempre procurei colocar em prática. É um critério que considero fundamental na avaliação de novas oportunidades. Nos últimos anos, acumulei muita experiência de vida e de trabalho, por isso agora não tenho pressa. Quero escolher cuidadosamente o meu próximo passo, independentemente do prestígio do clube ou do campeonato”

Ambiente de trabalho: “Para mim, é importante trabalhar num ambiente onde se possa operar de acordo com uma determinada forma de fazer as coisas, clara e partilhada. É importante esclarecer desde o início o que se gosta e o que pode, em vez disso, criar conflitos: o confronto é normal em qualquer relação, mas deve ser gerido e orientado para o resultado final. São precisamente esses pequenos detalhes, esses pequenos pontos que muitas vezes decidem o sucesso de uma época ou, pelo contrário, levam a situações menos positivas”

Constituição da equipa técnica: “É essencial ter uma equipa sólida, coesa e com uma visão comum. Nos últimos anos, sempre trabalhei com um grupo de seis colaboradores principais, cada um com uma função clara: dois assistentes, um preparador físico, um responsável pela recuperação de jogadores lesionados [adicionados durante o trabalho], um preparador físico e um analista de vídeo. No entanto, não podemos ignorar as pessoas que já estão presentes no clube. A nossa tarefa, como uma equipa que se integra numa nova realidade, é colocar imediatamente o que precisamos, mas também ouvir aqueles que conhecem o clube, o campeonato e o contexto. Fizemos isso em Nice e também em Amesterdão. No final, a equipa técnica era composta por 14 pessoas: seis comigo e as outras já faziam parte do Ajax. A vontade comum de trabalhar e colocar o entusiasmo e as habilidades a serviço da equipa foi um dos fatores-chave da temporada”

Exigências do futebol moderno: “Um dos motivos que me levaram a deixar o Ajax também estava ligado a uma reflexão mais profunda: a alto nível, hoje em dia, são necessárias competências extremamente específicas. Não basta mais ter um plantel genérico ou uma estrutura que só funciona ‘quando tudo corre bem’. É preciso um sistema pronto para gerir o pior cenário possível – do ponto de vista tático, físico, emocional e gerencial. Em todas as situações, é preciso ter ferramentas e recursos adequados. Dos casos mais previsíveis aos mais inesperados. E é precisamente isso que muitas vezes me tira o sono: a ideia do que pode acontecer, a responsabilidade de estar pronto para tudo”

Estilo de jogo: “Não sou um técnico defensivo italiano, mas alguém capaz de libertar os jogadores e levá-los a criar muitas oportunidades no último terço do campo. Acredito que é isso que realmente tento fazer todos os dias no banco”

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