Geórgia 0-4 Portugal: Frango à georgiana abriu menu dos ‘quartos’

Portugal garantiu um lugar nos quartos de final do Europeu de futebol em sub-21. A seleção lusa bateu a Geórgia por 4-0, na 3.ª ronda do Grupo C, com golos de Rodrigo Pinheiro, Quenda, Rodrigo Gomes e Henrique Araújo.

Portugal termina o grupo no 1.º lugar, com os mesmos sete pontos da França, mas com vantagem na diferença de golos (nove marcados e zero sofridos, contra sete marcados e três sofridos dos gauleses).

Destaque para o facto de Portugal terminar esta fase de grupos sem sofrer qualquer golo.

FOTOS: O Geórgia-Portugal em imagens

Um empate chegava, mas dizem os especialistas nestas matérias que quem joga para o empate, arrisca-se a perder. Portugal teria de ter cuidado com esta Geórgia, seleção que venceu a Polónia na ronda inaugural e que estava obrigada a ganhar para conseguir o bilhete dos ‘quartos’. Os georgianos não seriam fáceis, como mostraram diante da França, jogo que perderam por 3-2, mas com o golo da derrota a chegar aos 90+12.

Esperava-se um jogo durinho no Estádio Sihot, em Trecin, mas não tão duro como a entrada de desconcertada de Lasha Odisharia sobre Flávio Nazinho logo aos quatro minutos. O lateral português ficou por terra, com muitas dores no tornozelo. O VAR chamou o juiz principal, o azeri Elchin Masiyev, para ver a jogada no monitor. Decisão: retirar o cartão amarelo e mostrar vermelho direto. O georgiano saiu a pedir desculpas aos adeptos e aos colegas, inconsolável por ter deixado a equipa em inferioridade numérica num jogo tão importante.

A partir daqui era preciso delinear uma estratégia para derrubar o plano de resistência montado pelos georgianos. A equipa de Ramaz Svanadze recuou, acantonou-se perto da sua área, num 5-3-1, afastando tudo o que era bola. Quando podia, tentava lançar o avançado Giorgi Kvernadze, perdido entre os centrais lusos. Até tinha sido Azarov a fazer o primeiro remate com perigo no jogo, defendido com dificuldades por Samuel Soares, para canto, logo após a expulsão.

O exercício de paciência dos jovens lusos tinha de ser bem delineada, com decisões acertadas, para não se cair no jogo físico dos georgianos. Os muitos cruzamentos de Roger Fernandes não seriam a solução. Ninguém esperava era o enorme frango do guarda-redes Luka Kharatishvili, aos 24 minutos. Lançado por Quenda na direita, o lateral centrou, a bola ia fácil junto ao poste mas o guardião georgiano deixou-a escapar para o fundo das redes. Era o golo 500 da seleção de sub-21 em fases finais de europeus.

Os planos georgianos para vencer estavam a ir por água-abaixo: primeiro uma expulsão desnecessária, depois um ‘frango’.

O 2-0 esteve nos pés de Nazinho, num remate de ressaca que desviou no braço de um defensor. O braço estava em posição natural. Aos 35, Quenda testou Kharatishvili, quicá à procura de mais um frango, mas o guardião respondeu com mestria, tal como tinha feito aos 30, a dar o corpo às balas num remate à meia-volta de Paulo Bernardo, após passe de Quenda.

A Geórgia cresceu e muito quase no final do primeiro tempo, com Samuel Soares a adiar o primeiro golo sofrido de Portugal neste Euro de sub-21. Grande defesa do gigante a remate de Kvernadze, aos 43. Quem começasse a ver o jogo a partir daí, podia pensar que era Portugal quem tinha menos um, tal a superioridade dos georgianos.

Rui Jorge trocou o extremo Roger Fernandes, jogador mais vertical que estava a abusar dos cruzamentos, para lançar o médio Mathias de Amorim ao intervalo. O extremo que defende as cores do SC Braga tinha visto amarelo no final do primeiro tempo, por isso o selecionador nacional dos sub-21 quis também proteger o seu jogador.

O início do segundo tempo voltou a trazer um Portugal com dificuldades em penetrar na defensiva georgiana. A seleção nacional tinha bola, rodava-a por todos os lados, mas quase sempre de forma lenta. Tiago Tomás, muito apagado, não ajudava na frente. Seria rendido por Henrique Araújo, aos 67 minutos.

Rui Jorge lançou Gustavo Sá aos 61 e, assim que entrou, o médio teve impacto no jogo. Combinação com Quenda, com um toque de classe, para o extremo receber e bater o guardião contrário pela segunda vez, aos 62 minutos. Substituição com impacto imediato no jogo.

O selecionador nacional voltou a acertar nas mexidas já que João Marques e Rodrigo Gomes, que entrou com João Marques nos lugares de Paulo Bernardo e Quenda, aos 82 minutos, mexeram com o jogo. Rodrigo Gomes acertou no poste, aos 87 minutos, isolado por Henrique Araújo, mas no minuto seguinte, acertou mesmo: canto de João Marques da direita, desvio de Gustavo Sá no primeiro poste para Rodrigo Gomes marcar de cabeça ao segundo, fazendo o 3-0.

Nos descontos, Gustavo Sá foi derrubado na área georgiana, com o árbitro a marcar, de pronto, grande penalidade. Henrique Araújo que passou a ser capitão, fez o 4-0 final.

Os homens que vieram do banco a mexer com o jogo.

Esta é a quinta vez que Portugal passa da fase de grupos (formato lançado a partir de 2000) em dez presenças em fases finais, depois de o ter conseguido em 2004, 2015, 2021 e 202,

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