Iñaki Williams e a ‘novela’ em torno do irmão: “As pessoas não foram justas com ele. Decidiu com o coração e a ambição”

Iñaki Williams fez história esta terça-feira ao tornar-se o primeiro capitão de raça negra do Athletic Bilbao. Contudo, na conferência de imprensa relativa a esse momento, o jogador basco comentou a ‘novela’ em torno da possível saída do irmão Nico.

“O Nico pôde escolher porque teve muitas ofertas e foram muitas as equipas que concorreram por ele, pois ele é um jogador do mais alto nível e tinha uma cláusula que podia ser fácil de bater. Era um doce para as grandes equipas. Não foi fácil porque todo o barulho externo podia fazê-lo duvidar, mas ele tomou a melhor decisão”, começou por dizer.

“A nível familiar, foi um pouco complicado porque falava-se muito do meu irmão e muito do que foi dito sobre o Nico é mentira. A única coisa que ele fez foi permanecer em silêncio. Todos têm o direito de pensar e refletir sobre seu futuro. Em muitos momentos durante o verão, as pessoas não foram justas com o meu irmão. Quando alguém vai a um restaurante e veem a carta, às vezes demoram minutos a escolher. A decisão do meu irmão não era fácil”

“A maturidade de Nico tem sido incrível, com um leque bem alargado, ele apostou no Athletic, que é um clube que está a dar passos de gigante, e temos uma das melhores equipas nestes 12 anos em que estou na equipa principal”,

“O meu irmão tinha a decisão bastante clara, mas tinha de se redigir um contrato de longa duração. Aconteceram coisas que criaram muita confusão, como vandalizar o mural, partir uma janela do carro… Ele decidiu com o coração e a ambição. Decidiu estar connosco e deixar seu legado aqui, assim como Julen Guerrero fez na sua altura, e ser uma referência por querer fazer aqui o seu caminho”

“[Ser o primeiro capitão negro do clube] Significa muito. Parece coincidência quando minha mãe e meu pai deram à luz em Bilbau… mas é o destino. Temos a sorte de representar muitas pessoas que vêm de fora para o seu ganha-pão e ser uma referência, tanto no País Basco como em Espanha, é importante. Somos pessoas de uma família humilde e expor isso é bom para todos. A extrema-direita está na moda e nós que temos voz tentaremos calar bocas e derrubar barreiras”

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