A futebolista internacional portuguesa Tatiana Pinto, que atua nas espanholas do Atlético de Madrid, afirmou hoje estar a torcer pela colega de seleção Kika Nazareth e pelo FC Barcelona na final feminina da Liga dos Campeões.
“Vou torcer pela Kika, é portuguesa e acho que é o mínimo. Vou torcer pela Kika e pelo FC Barcelona, acho que é a melhor equipa do mundo e acredito que vai ser uma vitória do FC Barcelona”, afirmou, em alusão à final de sábado, em Alvalade, à margem da inauguração de um campo de futebol de promoção da inclusão social através do desporto, no bairro de Chelas.
Tatiana Pinto colocou a ‘rivalidade’ de lado entre as duas equipas espanholas, se é que existe, uma vez que a centrocampista apontou diferenças que mostram o lado “bonito” do futebol feminino em relação ao masculino, do ‘fair-play’ à segurança.
“O futebol feminino tem este poder, somos diferentes. É um sentido de pertença, autêntico, de ver famílias no estádio, desde avós a crianças. É um local seguro, as famílias sentem-se seguras e, no masculino, não acontece tanto. Não existe tanta rivalidade, esse é o lado bonito do futebol feminino”, frisou a jogadora, de 31 anos.
A final feminina da Liga dos Campeões vai disputar-se no sábado, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, com capacidade para cerca de 50.000 espetadores, 12 anos depois do Estádio do Restelo, que alberga 19.000 pessoas, também ter recebido a final.
“Há uns anos, era impensável colocar-se um jogo de futebol feminino num estádio acima dos 20.000 espetadores. Hoje em dia, tem de ser norma e as pessoas terão de se habituar. Quem não apostar e investir, fica para trás”, realçou Tatiana Pinto.
A seleção portuguesa feminina visita a Inglaterra no estádio ‘mítico’ de Wembley (30 de maio) e recebe a Bélgica (03 de junho), para a Liga das Nações, que servirá de preparação para a fase final do Campeonato da Europa (02 a 27 de julho), para o qual as jogadoras lusas partem “extremamente confiantes”.
“Acho que Portugal está entre os grandes. Temos vindo a fazer muita história ao longo destes últimos anos e temos mudado muito a mentalidade. Éramos sempre ‘underdogs’ e hoje somos uma seleção perigosa, com muita capacidade técnica e tática, jogadoras muito evoluídas, em grandes equipas e grandes campeonatos, reconhecidas globalmente. Estamos aqui para colocar Portugal no mapa”, disse.
Tatiana Pinto garantiu ainda ser “muito feliz” em Madrid, tal como foi em todos os sítios por onde passou, como acrescentou, mas não descarta o regresso ao país, embora não para breve, tendo o objetivo de fechar a carreira no futebol português.
“Um regresso a Portugal? Quem sabe. Acredito que não será para breve, mas está nos meus planos. É a minha casa e é onde quero terminar, junto dos portugueses. Foi onde comecei, portanto faz todo o sentido”, frisou a jogadora, que representou Clube Albergaria e Sporting, e também o SC Sand, Bristol City, Levante e Brighton.
A iniciativa, que contou com o apoio da UEFA e ajudou também a promover a final feminina da ‘Champions’, entre Arsenal e FC Barcelona, teve ainda a participação do ex-futebolista Ricardo Quaresma e da fadista Sara Correia, natural de Chelas.