Martim Mayer quer reformular estrutura do futebol e rever custos nas modalidades do Benfica

A reformulação da estrutura do futebol, encimada por um diretor-geral, e a revisão dos custos nas modalidades, assente na meritocracia, são algumas das linhas orientadoras da candidatura de Martim Borges Coutinho Mayer à presidência do Benfica.

Em declarações à Lusa, o mais recente dos quatro candidatos já oficializados às eleições de 25 de outubro anunciou a intenção de “reformular a estrutura” do futebol, desde logo com a existência de um diretor-geral que irá “superintender todo o edifício do futebol, não só o futebol profissional, mas as diversas áreas adstritas a este”, como a formação e o scouting.

Esse elemento ficará igualmente incumbido de “definir um modelo de jogo, os perfis posicionais, os mapas de sucessão e os perfis específicos do staff técnico”, além de “identificar que posições poderão ser asseguradas pelos jogadores do Benfica Campus em crescimento e quais apresentam necessidades de contratações externas”.

“Desta forma, utilizaremos de uma forma mais eficiente os nossos recursos e teremos o devido espaço para apostar no talento da nossa gente na equipa principal de forma muito mais efetiva”, sustentou, referindo que o perfil do diretor-geral “está traçado” e estão em marcha “várias conversações para fechar a escolha de quem irá assumir este cargo”.

O futuro organograma do futebol integrará “um diretor desportivo para o futebol profissional, um diretor de scouting, diretor de futebol feminino e um diretor do Benfica Campus”, sendo que todos eles reportarão ao diretor-geral.

Esta estrutura será igualmente implementada nas modalidades, com “um diretor-geral que reportará ao vice-presidente para as modalidades e que terá um diretor por modalidade e Projeto Olímpico”, sendo que Martim Mayer considera “insustentável” a atual estrutura de custos, em que “o orçamento é superior ao valor total da quotização”, sobretudo quando “a taxa de conquistas tem reduzido de ano para ano”.

“É preciso repensar os contratos, reduzir a base e apostar na remuneração por objetivos, para responsabilizar os atletas e dar-lhes o incentivo extra para vencer. Queremos implementar nas modalidades uma lógica de meritocracia: uma modalidade que tenha mais vitórias numa época terá mais orçamento para a época seguinte. Há que premiar os dirigentes, equipas técnicas e jogadores que vencem troféus”, revelou.

Além de pretender “analisar com maior detalhe os custos com recursos humanos e fornecedores”, que permitirá ao Benfica “deixar de estar tão dependente financeiramente da venda de jogadores”, o industrial, de 51 anos, acrescentou querer “implementar mecanismos de recuperação de sócios”, estimando que o clube tenha perdido “mais de 100 mil” associados, “com base no último orçamento”.

Por outro lado, Martim Mayer relativizou uma eventual antecipação das eleições, lembrando que o atual presidente, Rui Costa, “foi eleito para um mandato de quatro anos e, se entende ter condições para o cumprir até ao final, tem o direito de o fazer”.

E acrescentou que, mesmo que o escrutínio fosse antecipado, seria sempre a atual direção a planear a próxima época desportiva – “uma época planeia-se com meses de antecedência” -, pelo que, segundo o candidato, mais importante é que o regulamento eleitoral, a ser apresentado aos sócios em julho, seja aprovado e esteja já de acordo com os novos estatutos, ou seja prevendo uma segunda volta no caso de nenhuma lista somar mais do que 50% dos votos.

“Quanto a mim, importa mais ser vigilante daquilo que a atual direção está a fazer e apelar a que, sempre que possível, todas as decisões que tomem, tenham em consideração o término do mandato dentro de quatro meses e os mais elevados interesses do Sport Lisboa e Benfica”, concluiu à Lusa.

Além de Martim Mayer, concorrem às eleições de 25 de outubro João Diogo Manteigas, Cristóvão Carvalho e João Noronha Lopes, enquanto o atual presidente Rui Costa adiou uma posição oficial sobre uma eventual recandidatura para depois do Mundial de clubes e antes do início da nova época.

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