Max Verstappen voltou a fazer manchetes fora da pista, após se recusar a comentar a penalização de cinco segundos que lhe foi imposta no Grande Prémio da Arábia Saudita e que o afastou da luta pela vitória.
O neerlandês, tricampeão mundial, cortou a segunda curva do circuito de Jeddah, mantendo a liderança no arranque, mas viu-se ultrapassado por Oscar Piastri antes da única paragem nas boxes — momento decisivo para o australiano conquistar a sua terceira vitória da temporada.
Frustrado, mas contido, Verstappen optou por não se alongar. “O problema é que não posso dizer o que penso, porque a minha opinião trar-me-ia uma penalização. É melhor não falar sobre isso. É o mundo em que vivemos. Não se pode partilhar a própria opinião porque, aparentemente, não é valorizada ou as pessoas não conseguem lidar com a verdade”, afirmou, visivelmente incomodado.
E prosseguiu com um tom crítico, aparentemente dirigido à liderança da FIA: “Honestamente, é melhor não dizer mais nada. Isso também me poupa tempo, porque depois teria de me explicar. Toda a gente é super sensível a tudo. E pelo que temos neste momento, não podemos ser críticos de qualquer forma. Portanto, menos conversa, melhor para mim.”
As declarações de Verstappen surgem num contexto de tensão crescente entre pilotos e a FIA. O presidente do organismo, Mohammed Ben Sulayem, tem endurecido a posição contra críticas públicas, o que já levou, por exemplo, os pilotos do WRC a protestarem no Rali Safari, após Adrien Fourmaux ter sido multado por linguagem considerada imprópria durante uma entrevista. O próprio Verstappen também já foi multado por declarações semelhantes.
A polémica promete continuar, com os pilotos cada vez mais condicionados na forma como expressam opiniões sobre decisões de corrida ou direção de prova. E Verstappen, um dos rostos mais visíveis da modalidade, parece não estar disposto a correr esse risco.