O Ministério Público pediu esta segunda-feira penas de prisão efetiva superiores a cinco anos para Fernando Madureira, conhecido como “Macaco”, líder dos Super Dragões, e para a mulher, Sandra Madureira, no arranque das alegações finais da Operação Pretoriano.
As declarações da procuradora Susana Catarino, citadas pelo Jornal de Notícias, marcaram o início da reta final do julgamento, que decorre no Tribunal de São João Novo, no Porto.
“Deixar os arguidos em liberdade seria passar a mensagem de que podem fazer tudo”, afirmou a procuradora, defendendo uma resposta firme da Justiça para travar comportamentos de intimidação e violência no contexto desportivo.
Além do casal Madureira, há outros dez arguidos em julgamento, acusados de um total de 31 crimes, incluindo coação agravada, ofensas à integridade física, atentado à liberdade de informação e posse de arma proibida. Para os arguidos Vítor Catão, Hugo Carneiro, Vítor Aleixo e o filho, Vitor Bruno, a magistrada sugeriu penas mais leves.
A Operação Pretoriano diz respeito à tumultuosa Assembleia Geral do FC Porto, realizada a 13 de novembro de 2023, onde, segundo a acusação, foram levadas dezenas de pessoas próximas dos Super Dragões com o objetivo de intimidar e silenciar sócios críticos da direção.
Susana Catarino descreveu o episódio como parte de um plano para forçar a aprovação dos novos estatutos do clube e proteger os interesses de Fernando Madureira, criando um «clima de medo» que permitiria ao líder da claque manter a influência e o estilo de vida.
“É altura de fazer justiça a todos aqueles que não se puderam expressar livremente, que ainda hoje vivem com medo dos arguidos. Os arguidos têm de perceber que não podem fazer o que querem”, sublinhou.
Segundo a acusação, a atuação dos arguidos visou coagir os restantes sócios, através de insultos, agressões e arremesso de objetos, enquanto os elementos da mesa da Assembleia “fecharam os olhos” à intimidação.
A leitura do acórdão deverá acontecer nas próximas semanas.