Os Mundiais de velocidade estão ao virar da esquina e a Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) acredita que Portugal vai voltar a ter uma representação positiva. Será em Milão que a seleção nacional, composta por oito homens e seis mulheres, terá a oportunidade de lutar por medalhas. Contudo, não é uma ‘exigência’.
Em declarações à Lusa, o presidente da FPC fez a antevisão à prova mais importante do ano para a modalidade, afirmando que nunca são prometidos pódios. Porém, a motivação está ao mais alto nível e é possível que sejam atingidos os “lugares de topo”.
Ricardo Machado lembrou que há competições mais importantes e que o triunfo não é uma constante no desporto.
“Estou confiante. Felizmente, nos últimos anos temos conseguido. Mas se não acontecer, não há nenhum drama, o desporto é isto mesmo, nem sempre se ganha. Por vezes, é preciso perder para depois ganhar. Antes agora do que mais à frente, na qualificação ou nos Jogos Olímpicos, obviamente com uma importância muito superior”, afirmou, à Lusa.
Ainda assim, a excelente exibição portuguesa nos Europeus, em junho, só reforço a confiança de que bons resultados podem ser alcançados. Na República Checa, Fernando Pimenta conquistou os títulos de K1 1.000 e 5.000 metros, bem como o ouro em K4 500 metros, com Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha. Messias Batista também venceu a prata em K1 200 metros.
“Encaramos estes Mundiais com muita confiança, a de quem vem de um Campeonato da Europa com resultados muito promissores, tanto no setor masculino como no feminino, mas também com o pragmatismo de quem sabe que não há competições iguais e que esta é a prova mais importante do ano.”
Relativamente aos desafios que se aproximam nos Mundiais, há um deles que salta à vista: K1 1.000 metros e K2 500. Fernando Pimenta e João Ribeiro e Messias Baptista conquistaram estas distâncias em 2023 e é inevitável a pressão quanto a uma revalidação.
O presidente da FPC reconhece que há um “peso extra”, mas garante que os atletas vão “competir tranquilos”. Lembra a experiência de cada um deles e enaltece que a “pressão” sentida é uma “responsabilidade” face às expectativas.
Setor feminino em reconstrução
Ao contrário do setor masculino que tem provas dadas e o futuro sólido, o feminino tem tido uma realidade mais conturbada ao nível de resultados e Ricardo Machado diz que a federação está a tentar “criar uma embarcação nova”.
No fundo, o presidente refere que é preciso encontrar uma fusão entre a experiência e a juventude de quem está a dar “os primeiros passos na categoria sénior”.
É um pouco isso que vai acontecer nesta prova mundial, em que Teresa Portela encabeça a lista feminina com a prova de K1 200 metros. Para além disso, a canoísta orienta as tropas no K4 500 com Ana Brito, Ana Rodrigues e Inês Costa, ainda sub-23.
“Acreditamos que esse barco possa ter evoluído um bocadinho mais desde o Europeu e possa chegar ao Campeonato do Mundo e mostrar que está aqui para lutar pelo apuramento olímpico, que é esse o nosso objetivo também no setor feminino”, concluiu.
Recorde-se que os Mundiais de velocidade são compostos por cerca de 800 atletas e são esperados 73 países. Portugal vai à procura de glória, mas “sem drama” se não existirem medalhas. A prova começa esta quarta-feira e prolonga-se até domingo.