Não gosta de correr? Há uma solução eficaz que pode fazer em qualquer lado, a qualquer hora

Saltar à corda pode, à primeira vista, remetermo-nos para as nossas memórias de infância,  aos saltos na rua, sozinhos ou acompanhados, a entoar cânticos perfeitamente coordenados com o movimento de braços e pernas.

Contudo, a verdade é que, se na altura não passava de um divertimento de recreio, hoje uma simples corda pode ser tudo aquilo que precisa para o seu treino, independentemente do tempo que tem disponível e da altura do ano.

De acordo com especialistas, saltar à corda tem muitas vantagens a nível cardiovascular, sendo assim uma alternativa para quem simplesmente não foi mordido pelo ‘bicho’ da corrida. Eis os principais benefícios de saltar à corda:

Aumento do batimento cardíaco

Saltar à corda pode aumentar significativamente o nosso batimento cardíaco, reduzindo ao mesmo tempo o risco de doenças cardiovasculares.

“Dependendo da velocidade com que salta à corda, esta irá vai exigir mais do que o simples exercício anaeróbio cardiovascular, uma vez que estamos a usar as mãos e os pés para saltar. Isto quer dizer que se trata de um exercício de alta intensidade curto e rápido, onde o nosso corpo usa energia armazenada nos músculos, ao contrário dos exercícios aeróbicos”, afirma a Dra. Katie Lawton, fisiologista.

Queima calorias

A quantidade de calorias queimadas está diretamente relacionada com o ritmo aplicado no exercício. Segundo a clínica universitária de Cleavland, nos Estados Unidos, em média uma pessoa queima 100 calorias por cada dez minutos a saltar à corda.

“Como parte de um programa de exercício global e uma dieta saudável, saltar à corda pode contribuir para a perda de peso”, afirma a Dra. Lawton.

Desenvolve coordenação e equilíbrio

Investigação científica indica que saltar à corda pode trazer benefícios ao nível da coordenação e equilíbrio, como explica a Dra. Lawton.

“Para saltar à corda é preciso ‘timing’. Temos de ter a capacidade de acertar o tempo de salto enquanto a corda se move à nossa volta, por isso tem de haver coordenação entre as nossas mãos e os nossos pés para podermos dizer ao nosso cérebro quando é que vamos saltar”

Pode desenvolver densidade óssea

A densidade dos nossos ossos vai diminuindo à medida que envelhecemos, contudo, saltar à corda pode ajudar a fortalece-los novamente.

Saltar à corda é um exercício de suporte de peso e o pequeno impacto causado aquando da aterragem do salto pode ajudar a fortalecer os nossos ossos.

Fácil de fazer

Apenas precisa de uma corda e pode saltar praticamente em todo o lado, fazendo desta uma opção prática para o dia-a-dia ou quando está de viagem.

“Algumas pessoas gostam de treinar em casa. Ou se está a chover lá fora e não têm uma passadeira ou elíptica, mas ainda querem uma forma de cardio, saltar à corda é uma excelente opção”, acrescenta Lawton.

Divertido

Saltar à corda pode ser muito divertido, podendo também contribuir para a nossa saúde mental.

“Com o exercício cardiovascular em geral, existe um aumento de serotonina, que pode ajudar em casos de depressão. E se nos sentirmos ansiosos, sermos ativos pode ajudar muito a acalmar”, refere Lawton.

Como e com que frequência devemos saltar à corda?

“Podemos saltar à corda entre duas a três vezes por semana”, sugere Lawton.

Para tal existem diversos tipos de treino disponíveis para determinar o tempo de treino e de descanso. Por exemplo: saltar 60 segundos, descansar 30, e repetir dez vezes, ou então o treino Tabata (saltar 20 segundos, descansar 10).

Quanto ao modo como se deve saltar, a Dra. Lawton afirma que é vital que o exercício seja feito de forma correta.

“Saltar à corda é igual a correr quando se trata da força e impacto envolvidos”.

No que toca à dimensão da corda, verifique se a mesma é da dimensão certa para si. Ficando a meio da corda, cada uma das pegas deve ficar debaixo dos sovacos.

No que diz respeito ao salto propriamente dito, dobre ligeiramente os joelhos e mantenha os braços junto ao tronco.

“Tente manter os pescoço relaxado e evite levantar os ombros. O movimento deve partir principalmente dos seus pulsos. Quando aterrar, certifique-se que o faça silenciosamente”.

Contudo, e como em todos os exercícios, saltar à corda também traz riscos de lesão, por isso, a Dra. Lawton recomenda que se comece lentamente, e que se aumente gradualmente de intensidade.

“Se saltar à corda em excesso (todos os dias durante um longo período), tal pode causar potenciais problemas nos pés e tornozelos, ou até nos joelhos”, alerta.

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