As Ilhas Marshall preparam-se para, finalmente, tornar o futebol em algo realmente global, com a primeira participação numa prova. O arquipélago composto por mais de 1100 ilhas, povoados por apenas 43 mil habitantes era, até agora, o único dos 193 Estados reconhecidos pela ONU que nunca tinha jogado futebol.
O primeiro jogo de futebol da história da seleção das Ilhas Marshall terá lugar esta madrugada frente a seleção das Ilhas Virgens Americanas, para a Outrigger Challenge Cup, um torneio financiado por centenas de pessoas de todo o mundo através de crowdfunding.
No torneio, além das Ilhas Virgens Americanas e das Ilhas Marshall, participam as Ilhas Turcas e Caicos e a equipa juvenil Ozark United, do Arkansas (EUA). Os jogos terão lugar cidade norte-americana de Springdale, um dos locais com maior diáspora marshalense, dada a falta de infraestruturas no território.
Quem quer as Ilhas Marshall?
Um dos grandes desafios das Ilhas Marshall é inscrever-se numa confederação de futebol. A seleção contactou a OFC (Confederação de Futebol da Oceânia) mas a resposta não foi a desejada. Os contactos com a AFC e a CONCACAF também não tiveram o efeito pretendido.
Desde que foram descobertas pelo explorador espanhol Alonso de Salazar em 1521, as Ilhas Marshall tem vindo a saltar de mãos em mãos de potências estrangeiras.
A Espanha vendeu o território à Alemanha em 1899. O Japão ocupou o território durante a Primeira Guerra Mundial, na Segunda Guerra Mundial passaram para o controlo dos EUA.
Os EUA utilizou o território para testes nucleares durante a Guerra Fria: entre 1946 e 1958, os EUA detonaram 67 bombas atómicas sobre e à volta dos atoles, destruindo ilhas, criando crateras e forçando o deslocamento de centenas de pessoas. Em 1979, o país tornou-se independente.