O Manchester United tem duas caras e não podiam ser mais diferentes

O Manchester United, na versão do treinador português Ruben Amorim, não poderia apresentar duas caras mais diferentes na época 2024/25, durante a qual realizou uma campanha depressiva no campeonato inglês de futebol e quase imperial na Liga Europa.

As expectativas não poderiam ser mais altas quando Ruben Amorim substituiu o neerlandês Erik ten Hag no comando técnico dos ‘red devils’, que ainda foram orientados em alguns jogos, sem comprometer, pelo interino Ruud van Nistelrooy, nome que remete para tempos de glória do clube.

O jovem treinador, de 40 anos, deixava o Sporting destacado no topo da Liga portuguesa, com 11 vitórias em outras tantas jornadas, e até tinha acabado de bater por 4-1 o Manchester City, para a Liga dos Campeões.

A estreia de Ruben Amorim, em 24 de novembro de 2024, foi tudo menos entusiasmante. Empatou 1-1 no estádio do Ipswich, uma das três equipas que serão despromovidas no próximo fim de semana à segunda divisão e da qual os ‘red devils’ não ficarão muito distantes na classificação final da Premier League.

O colosso inglês vai partir para a última ronda no 16.º lugar, apenas com o Tottenham (17.º), o adversário na final da Liga Europa, na quarta-feira, entre si e a zona vermelha, ainda que ambos sem possibilidade de lá caírem. Quando Ten Hag saiu, o Manchester United era 14.º classificado.

Dos 25 jogos que se sucederam a essa tarde de Ipswich, a equipa treinada por Ruben Amorim perdeu 14, empatou cinco e ganhou apenas seis, o que resulta no pior desempenho do clube desde a criação da Premier League e a final de Bilbau chega após oito desafios seguidos sem ganhar na competição.

Se os números são pouco lisonjeiros para Ruben Amorim, pois Ten Hag despediu-se com um registo menos negativo, o futebol praticado também não o favorece, apesar dos esforços do médio português Bruno Fernandes, o elemento mais destacado do United, no qual alinha também o compatriota Diogo Dalot.

O trajeto nas taças internas acompanhou a tendência. Ten Hag abriu a época com uma derrota na Supertaça, perante o rival Manchester City, mas foi já com Ruben Amorim ao leme que o clube caiu nos quartos de final da Taça da Liga, frente ao Tottenham, e nos ‘oitavos’ da Taça de Inglaterra, às mãos do compatriota Marco Silva e do Fulham.

Mas no calendário do United existe ainda a Liga Europa e nesses dias que se pode identificar a faceta ‘bipolar’ da equipa inglesa, que não perdeu nenhum dos 14 encontros, apesar de ter empatado os três primeiros, um dos quais com o FC Porto (3-3), quando ainda era treinada por Ten Hag.

Com Ruben Amorim, foram nove os triunfos e apenas dois empates na segunda prova europeia de clubes mais importante, que concluiu a nova fase de liga no terceiro lugar, atrás da Lazio e do Athletic Bilbau, eliminada pelos ‘red devils’ nas meias-finais e em cujo estádio se disputará a final.

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