Paulo Jorge Pereira: “A Dinamarca algum dia tem de perder…”

O selecionador português de andebol advertiu hoje que “a Dinamarca algum dia tem de perder”, na reação ao sorteio da fase final do Europeu de 2026, na qual reencontra, em Herning, os ‘carrascos’ do último Mundial.

“Nós temos tido, nos últimos anos, a sorte de jogar sempre na casa do organizador. Praticamente aconteceu isso em todas as competições, mas também nos dá mais mérito aos resultados obtidos”, começou por dizer Paulo Jorge Pereira, aludindo à integração lusa no Grupo B, a disputar num pavilhão dinamarquês, juntamente com uma das seleções anfitriãs, a Roménia e a Macedónia do Norte.

Na 17.ª fase final de um Campeonato da Europa, marcada para entre 15 de janeiro e 01 de fevereiro de 2026, numa organização conjunta de Suécia, Noruega e a já referida Dinamarca, tetracampeã do mundo e vencedora do Europeu em 2008 e 2012, Portugal tem aspirações a chegar à fase principal (‘main round’).

“Em relação ao grupo, cabe a curiosidade de termos a Roménia como adversário, uma seleção que nós colocámos no Europeu. É interessante, porque nós ao termos vencido Israel na qualificação, retirámo-los do segundo lugar, relegando-os para quarto (…) e ajudando a Roménia a terminar como melhor terceiro. Depois a Dinamarca dispensa qualquer tipo de apresentações, é a melhor seleção do mundo nos últimos anos, embora eu também possa dizer, com alguma loucura, que a Dinamarca algum dia tem de perder”, prosseguiu o técnico.

Portugal perdeu todos os sete jogos frente à seleção dinamarquesa, cinco em fases finais de Europeus, uma nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 e, mais recentemente, no encontro que afastou a seleção nacional da final do Mundial2025 (40-27).

No entanto, para Paulo Jorge Pereira, a Dinamarca, “jogando em casa, é ainda mais forte do que aquilo que teoricamente é”, reconhecendo que a Macedónia do Norte, “num dia bom, também pode fazer estragos a qualquer seleção”.

“Vamos ter que ter muito cuidado, como sempre, partimos como favoritos para ficarmos nos dois melhores lugares do grupo para avançarmos para a fase seguinte. Mas são sempre lutas terríveis, o nível das seleções europeias tem vindo a subir sempre de uma forma geral e hoje em dia não há jogos fáceis. Nós temos de, como temos feito nos últimos tempos, preparar sempre muito bem estes combates para podermos passar ao ‘main round’, que é o objetivo inicial”, vincou.

Portugal estreia-se na competição diante da Roménia, em 16 de janeiro, segundo dia do Europeu, defrontando, dois dias depois, a Macedónia do Norte e encerrando a fase preliminar diante da Dinamarca, em 20 de janeiro.

Nessa segunda fase, a que, no atual formato competitivo, Portugal apenas chegou em 2020 e 2024, os dois primeiros do Grupo B defrontam, ainda em Herning, os homólogos dos agrupamentos A (Alemanha, Espanha, Áustria e Sérvia) e C (França, Noruega, República Checa e Ucrânia).

“O nosso grupo cruzará com os grupos A e C, nos quais estão seleções como Alemanha, Espanha, Sérvia, França e Noruega. O mais certo é nós termos no grupo a França e a Noruega, teoricamente, e depois Alemanha e Espanha, eventualmente, mas atenção à Sérvia e à Áustria que também têm uma palavra dizer”, avaliou.

Paulo Jorge Pereira antevê um Grupo A “muito competitivo”, ressalvando que o Europeu fará jus ao seu ‘slogan’ de “pura grandeza”.

A ‘main round’ vai ser disputada em dois grupos de seis seleções, um em Herning e outro em Malmö, na Suécia, com as meias-finais e final marcadas para o derradeiro fim de semana, na cidade dinamarquesa, Jyske Bank Boxen, com capacidade para 15.000 espetadores.

Os ‘heróis do mar’ chegaram ao seu nono Europeu, o quarto seguido, ao vencerem o Grupo 8, com quatro vitórias, um empate e uma derrota, assegurando uma vaga no pote 2 do sorteio hoje realizado.

Portugal vai participar uma quinta vez seguida na fase final, num total de 10 (1994, 2000, 2002, 2004, 2006, 2020, 2022, 2024, 2026 e 2028), uma vez que é anfitrião da 18.ª edição, a disputar entre 13 e 30 de janeiro de 2028, juntamente com Espanha e Suíça.

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