O Benfica está fora do Mundial de Clubes. Os ‘encarnados’ perderam por 4-1 diante do Chelsea nos oitavos de final da prova, após prolongamento, num jogo que começou no sábado e só terminou no domingo, já que esteve interrompido quase duas horas devido ao mau tempo em Charlotte, Carolina do Norte, EUA.
Os londrinos marcaram três golos na segunda parte do prolongamento, quando o Benfica jogava com menos um, devido a expulsão de Prestiani no início do tempo extra. Nos quartos de final o Chelsea vai defrontar o Palmeiras, de Abel Ferreira, equipa que eliminou o Botafogo.
Trubin errou no 2-1, tal como tinha feito no 1-0, marcado por Reece James, aos 64 minutos. Quase a acabar, Pedro Neto e fez o 3-1, o seu terceiro golo neste Mundial de clubes, Dewsbury-Hall marcou o 4-1 final para o Chelsea.
Di Maria tinha empatado, de grande penalidade, aos 90+5, depois de o jogo ter estado interrompido quase duas horas, devido ao mau tempo. Despede-se assim do Benfica com quatro golos neste Mundial, que fazem dele o melhor marcador da prova, por agora.
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Miolo reforçado para a batalha do meio-campo
Contra os milhões dos bretões, era preciso o Benfica marchar, mas com cabeça, se quisesse um dos lugares nos ‘quartos’ deste Mundial de Clubes. Os dois técnicos devem ter lido os pensamentos um do outro, se calhar já a preverem um jogo decidido na zona intermédia. Enzo Maresca colocou Cole Palmer no lado esquerdo do ataque para abrir uma vaga no meio-campo, onde atuou com dois médios de cariz defensiva – Lavia e Caicedo – atrás de Enzo Fernández que reencontrava o Benfica. O português Pedro Neto foi desviado para a esquerdo do ataque.
Bruno Lage apostou num meio-campo com Florentino Luís – de regresso ao onze após lesão -, Leandro Barreiro e Kokçu, Di Maria novamente titular e Aursnes na lateral direita.
Sob um calor abrasador (mais de 30 graus), o Benfica sentiu imensas dificuldades para sair a jogar. A forte marcação do Chelsea impossibilitava os médios de receber para ligar jogo, Pavlidis ia sendo ‘engolido’ por pelos centrais Badiashile e Colwiil. Di Maria perdia quase tudo para Cucurella e, a defender, nem sempre acompanhava lateral espanhol, deixando Aursnes em inferioridade muitas vezes.
A equipa perdia a bola com facilidade, algo que era importante corrigir. Ofensivamente, o único registo nos primeiros 45 minutos foi uma arrancada de Pavlidis que depois perdeu a bola quando entrou na área, o que irritou Di Maria.
Trubin brilha na 1.ª parte…
Com muito mais bola mas sem amassar, as investidas do Chelsea iam sendo travadas por Trubin, um dos melhores do Benfica neste Mundial de Clubes. O ucraniano foi posto à prova nos primeiros segundos, num remate de Pedro Neto. Mostrou atenção, aos 20 minutos, ao defender com a luva esquerda um tiro de Cole Palmer dentro da área. Aos 38 saiu da baliza de forma decidida para travar o remate de Cucurella que ia para a baliza. Mais um lance no lado direito do Benfica. Mas o pior de Trubin ia tramar o Benfica.
Cucurella estava a dar nas vistas e, aos 19, já podia ter marcado, mas o seu remate foi cortado por António Silva com a cabeça em cima da linha de golo, já com Trubin fora da jogada. O jovem central ia ganhando pontos, pela forma como estava a parar o possante Liam Delap, reforço dos ‘blues’ para esta época.
Ao intervalo, Bruno Lage tentou mais verticalidade no ataque, com a troca de Andreas Schjelderup por Aktürkoglu, mas o Chelsea continuava a mandar. Caicedo ameaçou uma ‘bomba’ de longe que assustou Trubin.
… e borra a pintura na 2.ª
Depois de três amarelos, a Pavlidis, Florentino e Caicedo, o Chelsea marcou num erro monumental de Trubin. O ucraniano tentou adivinhar as intenções de Reece James num livre lateral, o inglês atirou direto à baliza e fez um golaço, mas com muitas culpas para Trubin. A bola tinha de ser dele.
Os amarelados Pavlidis e Florentino foram rendidos por Belotti e Prestiani, deixando Benfica mais ofensivo. Mas escasseavam os lances de perigo junto da baliza de Roberto Sanchez. O guardião espanhol ia ficando mal na fotografia num cruzamento de Aursnes, mas foi a tempo de corrigir e defender.
Só aos 78 minutos se viu o primeiro lance de verdadeiro ataque, com princípio, meio e fim do Benfica em todo jogo, numa altura em que a equipa tinha conseguido ascendente, jogava no meio-campo contrário perante um Chelsea que estava mais resguardado. Aursnes deixou Cucurella pelo caminho, colocou atrasado em Prestianni que rematou, mas acertou mal na bola.
Antes, aos 67 minutos, Pavlidis tinha ganho a Badiashile, foi empurrado, continuou com a bola e depois perdeu no corpo a corpo e caiu, num lance onde chegou a estar isolado perante o guardião Sanchez.
Nos minutos finais, Lage apostou em João Veloso e Tiago Gouveia nos postos de Kokçu e Aursnes, e, logo de seguida, o jogo foi interrompido devido ao mau tempo. Nos céus de Charlotte, na Carolina do Norte, começaram a ouvir-se trovoadas, levando o árbitro Slavko Vincic a acionar o protocolo e interromper o jogo, por meia hora. Era suposto o jogo recomeçar às 23h25, hora de Portugal continental, mas foi sendo adiado, sempre por meia hora, sempre que havia uma relâmpago nos céus de Charlotte.
Benfica ganha vida após paragem, Prestiani e Trubin ‘destroem’ tudo no prolongamento
O jogo só seria retomado já o relógio marcava 00h45 de Portugal continental, quando era suposto ter acabado perto das 23h00.
Nos cinco minutos que faltava, o Benfica beneficiou de uma grande penalidade por mão na bola do recém-entrado Malo Gusto. Um penálti descoberto pelo VAR, revisto e posteriormente marcado pelo árbitro Slavko Vincic, da Eslovénia.
Di Maria assumiu a marcação e empatou a partida, aos 90+5, fazendo o seu quarto golo na prova, todos de penálti, O argentino do Benfica é o melhor marcador deste Mundial de Clubes.
O jogo iria para prolongamento, com um Chelsea mais defensivo. As mexidas de Enzo Maresca foram no sentido de dar consistência defensiva à equipa. O técnico italiano lançou Trevoh Chalobah, Kiernan Dewsbury-Hall, Christopher Nkunku, Malo Gusto e Tosin Adarabioyo, e retirou as principais figuras da equipa, como Liam Delap e Enzo Fernández.
E pior podia recomeçar para o Benfica: Prestiani viu dois amarelos, um nos descontos do jogo e outro logo no início do tempo extra, e consequente vermelho, deixando assim a sua equipa a jogar quase meia hora com menos um.
Apesar de ter menos um, o Benfica criou as principais situações de perigo, com Di Maria a ganhar uma nova vida no corredor direito.
Mas na 2.ª parte do prolongamento, Trubin voltou a ‘meter água’, ao deixar passar por baixo do corpo um remate defensável de Malo Gusto, após perda de bola do Benfica que tentava sair. Otamendi ainda evitou que a bola entrasse, mas Nkunku apareceu para aproveitar a recarga e fazer o 2-1, aos 109 minutos.
O Chelsea fez o 3-1, aos 115 minutos por Pedro Neto, a passe de Caicedo, ao aparecer isolado perante Trubin: remate colocado, sem hipóteses. O lance nasce de uma perda de bola de Di Maria que deixou a defesa do Benfica completamente desprotegida.
Com o Benfica todo na frente, o Chelsea aproveitou o espaço para fazer o 4-1, aos 117, por Kiernan Dewsbury-Hall: passe de Cole Palmer a isolar o jogador para um remate colocado, aos tal como tinha feito Pedro Neto minutos antes
O Benfica falha assim os ‘quartos’, num jogo onde ganhou nova vida após a paragem, mas acabou traído pelos erros de Trubin e Prestiani.
O Chelsea vai defrontar o Palmeiras nos quartos de final.