Já passava do meio-dia e os termómetros ultrapassam os 30 graus numa segunda-feira de muito calor em Lisboa. Mas nem isso afetava os adeptos da Seleção. Eram às centenas os que esperavam a chegada dos jogadores da Seleção (pelo menos de alguns, porque houve os que rumaram de imediato a outras paragens) ao Aeroporto Humberto Delgado para saudarem os heróis de Munique, que na noite de domingo levaram o país ao rubro com a conquista de mais uma Liga das Nações.
“Quero ver todos. São todos espectaculares. São uma grande equipa! Força Portugal! Sofri, mas foi uma conquista à portuguesa, com muito sofrimento, mas a esperança é sempre muita! Agora vamos ao Mundial e vamos tentar conquistar mais essa Taça“, disse-nos um dos adeptos que estava na primeira fila, mal chegámos.
Ainda faltava cerca de uma hora para o avião da comitiva lusa aterrar e mais (muitos mais) adeptos se foram juntando, de todas as gerações. A primeira ovação da tarde? Para o motorista do autocarro que depois levaria a Equipa das Quinas do aeroporto até à Cidade do Futebol, porque começou por estacionar numa zona onde tapava a visão de quase toda a gente, mas teve logo depois o cuidado de fazer marcha-atrás.
“Foi um jogo de sofrimento, como já estamos habituados. Agora vamos ver os jogadores, felicitá-los e dar-lhes uma onda positiva“, disse-nos outro adepto, vestido a rigor, antes de nos revelar quem mais queria ver: “. Nuno Mendes! Sem dúvida, o melhor lateral da atualidade!”.
E ei-los, os heróis de Munique! E a Taça que todos queriam ver
Enquanto os jogadores não apareciam, houve tempo para ensaiar a voz. “Portugal eu sou”, gritaram, antes de entoarem também o hino. Até que, enfim, surgiram os jogadores. Eram 13h15 quando, finalmente, começaram a sair pela porta. Rafael Leão e António Silva foram os primeiros, seguidos de vários elementos da comitiva. E de mais alguns jogadores.
Até que saiu um dos mais aguardados: um dos novos ídolos, figura maior desta conquista lusa – Nuno Mendes.
O lateral esquerdo do Paris Saint-Germain foi dos poucos a falar aos jornalistas, desvalorizando o facto de agora ser apontado como um potencial candidato à Bola de Ouro. “Agora vou descansar porque ainda tenho mais jogos. Bola de Ouro? Jogo o meu futebol, há jogadores que estão mais próximos disso. Não me foco muito nisso. Temos uma seleção muito boa e jogadores de muita qualidade. Obviamente, queremos ganhar. Temos tudo para fazer um bom Mundial“, sublinhou.
E o outro momento alto chegou com o surgimento da Taça, exibida – na ausência do capitão Cristiano Ronaldo – por Bruno Fernandes e Bernardo Silva, que tiveram ainda tempo para dar alguns autógrafos.
Depois disso foi quase fim de festa. Nota apenas para uma grande ovação ao selecionador nacional, Roberto Martínez, que também concedeu algumas palavras aos jornalistas presentes.
“Ganhámos um título numa competição muito exigente. Talvez um Europeu ou um Mundial sejam mais prestigiantes, mas são 10 jogos contra as melhores seleções da Europa. Então o orgulho é máximo e é isso que nós hoje desfrutamos”, afirmou.
O espanhol subiu ao autocarro e este rumou à Cidade do Futebol, para depositar o troféu nas vitrines da sede da Federação Portuguesa de Futebol. Mais um a juntar à coleção. Uma coleção cada vez mais rica.
Ainda houve tempo para uma ‘invasão’
Em terra, contudo, dos 18 que vieram no avião de Munique para Lisboa, ficaram mais alguns, que não seguiram para a Cidade do Futebol.
João Palhinha, que foi o último a abandonar o aeroporto, numa altura em que já poucas dezenas de adeptos resistiam, ainda fez as delícias desses resistentes ao dar alguns autógrafos e a tirar fotografias
Gonçalo Inácio, Nuno Mendes, Francisco Trincão, Francisco Conceição, Rafael Leão e João Félix também não foram no autocarro, ficando a aguardar por boleia durante alguns minutos. Tempo suficiente para dois adeptos ainda saltarem a grade de proteção e tentarem chegar junto a Rafael Leão.
O avançado do AC Milan mal se apercebeu, com os dois invasores a serem prontamente interceptados por seguranças e foi mesmo fim de festa no aeroporto.