Roberto Martínez confiante: “Estamos preparados para vencer a final”

Roberto Martínez falou em conferência de imprensa a antevisão do duelo com os espanhóis na final da Liga das Nações e revelou-se confiante num final feliz.

Jogo mais especial: “Estou a encarar com naturalidade. Há um aspeto sentimental, sou espanhol, mas isso é para uma futura conversa com os netos. O foco é ganhar a final. Adorei a atitude ontem durante o treino, hoje temos outro. É trabalhar bem e preparar a quarta final de Portugal.”

Plantel de Portugal fica a dever alguma coisa ao espanhol: “Não. O foco é o que podemos fazer. Se o nosso desempenho for ao mesmo nível do da meia-final, acredito no que podemos fazer. O adversário é poderoso, mas não será um jogo de aspeto técnico-tático, mas sim de resiliência, que já mostrámos frente à Alemanha. Precisávamos de olhar olhos nos olhos equipas como a Alemanha e conseguimos, depois de 25 anos. Agora se usarmos a mesma personalidade, a mesma resiliência, entrega e esforço estaremos preparados para ganhar a final.”

Com Alemanha lançou três jogadores na segunda parte. Vão ser titulares: “O onze inicial fez um jogo fantástico, de controlo e depois os três que entraram deram o que queríamos: chegar mais ao último terço, controlar mais o jogo da Alemanha. Fizemos um jogo bom do minuto zero ao último, mas diferente. Chegar à baliza foi mais na segunda parte e é isso que trabalhamos, ter jogadores com valências diferenças, criar ligações durante o jogo. A Espanha não é a Alemanha, tem pormenores de melhor equipa do Mundo mas não há equipas perfeitas.”

Ronaldo defendeu selecionador nacional: “Acho que o capitão quer jogar amanhã… Estou a brincar. O Cristiano joga a sua quarta final pela Seleção, é um exemplo, adoro a sua fome. Ganhou tudo e no dia a seguir começa do zero. Para Mora, João Neves, Quenda, poderem trabalhar com o Cristiano, é uma prenda. Espero que amanhã seja uma memória boa para as nossas carreiras. O trabalho da equipa é o que acontece no balneário, temos de ajudar os jogadores para defontar os adversários da melhor forma possível e em dois anos e meio o nosso trabalho foi mútuo. O balneário é unido, solidário, gosta de vestir a camisola de Portugal e amanhã vamos dar tudo para o povo português seja muito feliz.”

Surpresa no onze: “Vocês já me conhecem, o onze é escolhido depois do último treino, há muito a avaliar até lá. Mas acredito em todos os jogadores, não há um onze, há sim uma ideia de jogo. A reação à perda de bola tem de ser perfeita, não podemos deixar a Espanha usar as ações rápidas e temos de fazer bem aquilo em somos bons, já mostrámos isso num estádio cheio de adeptos alemães. Temos de mostrar a mesma personalidade, reagir rápido e defender bem o jogo de ataque excecional da Espanha.”

Ansiedade: “Não há ansiedade. Temos a oportunidade de fazer história, ansiedade é quando se pode perder, estamos onde queremos estar. Esta competição é muito exigente. O espírito no hotel é muito bom, agora temos mais um membro na família, parabéns para o Gonçalo Ramos e para a Margarida, que receberam o Bernardo. Estamos muito bem.”

Espanha: “Espanha é a melhor seleção do mundo em certos aspetos. O importante é que, no jogo, utilizemos os outros, mas é assim em todos os jogos. Não há equipas perfeitas. Temos é uma seleção que é campeã europeia e da Liga das Nações. Luis de la Fuente criou um espírito que parece mais de clube do que de seleção, o que faz com que, quando os jogos se complicam, consigam ser competitivos. Não vejo aspetos negativos numa seleção, vejo o que existe no futebol.”

Convidado a orientar a Espanha: “Não. Falar de Luis de la Fuente enche-me de orgulho, porque acompanhei muito proximamente o que fez nos sub-21. Naquela altura, eu era treinador da Bélgica e seguia o campeonato de sub-21. O que Luis de la Fuente… Vi que tem capacidade de liderar e criar equipas vencedores. O que está a fazer não é uma surpresa, já tinha provas disso. Todos estamos sob a mesma lupa, que é a de ter de ganhar, e as vitórias dele falam por si mesmas. Criou uma equipa que é mais difícil de defrontar, porque é capaz de pausar o jogo muito bem, mas também de acelerar muito bem o ritmo.”

Lamine Yamal: “É uma surpresa que um jogador tão jovem tenha essa capacidade de ser consistência. Há posições onde é fácil ser consistente, e a de extremo é a mais difícil. Isso vem com experiência, mas é uma situação única no futebol. É uma estrela, que marca a diferença. Ter esta consistência a este nível de exigência é de jogador único. Tentar travá-lo… Seria um erro pensar que Espanha é só um jogador. Amanhã, sem bola, teremos de ser muito solidários. Com ela, veremos o que podemos fazer.”

Podia ser final do Mundial: “Quando olhas para a Liga das Nações, o seu formato, falamos das melhores seleções da Europa. Os jogos são tão difíceis que te ajudam a tornar-te melhor e a preparar o Mundial. Nas seleções não tens muito tempo para trabalhar com os jogadores. Para nós, desde que cheguei o objetivo é ganhar o Mundial de 2026. O jogo de amanhã faz parte desse processo.”

Palhinha: “É um dos jogadores que se vê pouco mas que tem uma grande influência, não apenas nos jogos mas também nos treinos. Não temos muitos como ele em Portugal. É muito inteligente taticamente, pode defender com os centrais, utiliza o passe longo, o passe curto. Foi um ano difícil para ele, mas falei muito com o seu treinador, nunca baixou os braços. É essencial para nós, com mais ou menos minutos.”

Bola de Ouro: “Os prémios individuais são injustos porque o futebol é um jogo coletivo. A equipa vencedora devia ter a Bola de Ouro, Vitinha e Fabian Ruiz deviam ser considerados, mas é subjetivo. Mas para mim, aprecio Vitinha, parece-me um fora de série. Se não ganhar agora, tem potencial para ganhar ao longo da sua carreira.”

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